17/11/2014 - MUNDO MAIS HOSTIL
Ao findar o programa de compra de
títulos públicos, os Estados Unidos deixaram de injetar mais de US$80 bilhões
mensais. Foi feito isto para reanimar a economia mundial, principalmente a sua
economia. Atualmente, os indicadores de renda, riqueza e confiança do
consumidor estão bons lá. O desemprego americano alcançou 5,9%, uma taxa que é
considerada muito boa, para um PIB que provavelmente crescerá 3% neste ano. O
maior perigo é se a inflação subir, o que será combatido pelo Federal Reserve
com elevação da taxa de juros, projetada para o ano que vem de 1,5% ao ano. Os
juros baixos criaram distorções de preços. Há bolhas se formando em alguns
mercados mundiais. O nível de risco está aumentando demais. Assim, os investidores
procuram se proteger. Isto é suficiente para atrair mais dólares para a
economia americana. Uma prova disto é que o dólar neste ano escasseou por estas
plagas, já se elevando em mais de 25% no Brasil. Porém, na Europa a situação
está complicada. Houve algum progresso na Irlanda e na Espanha. No entanto, o
desemprego está acima de dois dígitos e os déficits públicos estão bastante
altos. Lá haverá recessão ou crescimento próximo de zero. Na China, o
crescimento diminuiu para 7,3%. No Japão o crescimento é muito pequeno. Enfim,
não estará fácil para o Brasil negociar com os países mais compradores do
mundo, já que eles têm ficado cada vez mais seletivos.
O fato é que o Brasil desacelerou
demais nos últimos anos, precisando com urgência de reformas estruturais. Sem
elas, o futuro é de que País não saia de crescimento pífio. “Uma sondagem feita
a pedido de EXAME pela consultora Betania Tanure com 439 empresários e
executivos de grandes empresas confirmou: a presidente vai ter de mostrar muito
mais do que discurso para convencer o País. A consulta revelou que só 20% dos
entrevistados acreditam em melhora do ambiente econômico. A maioria acha que a
situação vai de mal a pior. Dois terços dos executivos apostam que o
crescimento em 2015 será de, no máximo 1%, uma parcela deles prevê recessão.
Quase metade planeja demissões e outro tanto pretende apenas manter o quadro de
funcionários. O resultado do descrédito é que só 10% deles dizem que vão
investir mais em suas empresas nos próximos anos”. (Revista Exame, de
12-11-02014, p. 44).
Três cenários da consultoria
Tendências, em pesquisa própria. Cenário provável, para 60% dos empresários é
que o segundo governo Dilma reedite crescimento de 1,6% anuais, média do
primeiro mandato. Para 30%, o cenário pessimista, é de que de 2015 a 2018, o
PIB aumente em média 0,4% anual. Para 10%, em cenário otimista, o PIB poderá
crescer 2,4% anuais, no período em referência.
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