18/12/2014 - NOVE EMPREITEIRAS




Nove empreiteiras agora estão sendo alvo da operação Lava-Jato, aquela que se ocupa em investigar, desde a sua deflagração, no início deste ano, desvios de dinheiro da Petrobras, no valor estimado em R$10 bilhões. Aproximadamente, as nove empreiteiras possuem contratos com a estatal de R$60 bilhões. Assim, grosso modo, a estimativa de dinheiro encontrada pela investigação é de 16% do total contratado. Este percentual poderia ter-se como sobre preço nos contratos, para transferir dinheiro para o esquema montado pelo ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Cunha, pelo ex-diretor de Serviços, Renato Duque, pelo doleiro Alberto Youssef, todos presos, estando Cunha e Alberto revelando fatos, mediante delação premiada. Para o primeiro que delatou 3% iriam para o PT, PMDB e PP, envolvendo 29 congressistas; para o segundo, estão também envolvidas as maiores empreiteiras com sede no País e de atuação internacional: OAS, Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC, Camargo Correia, Mendes Júnior, Engevix, Galvão Engenharia e Andrade Gutierrez. A Polícia Federal prendeu nesta sétima fase da operação Lava-Jato 23 pessoas, principalmente dirigentes delas.

A operação continua causando estragos. Por exemplo, o maior valor das ações da Petrobras em setembro estava em R$24,50 a unidade. Após as prisões deflagradas, ontem, estava em R$12,60. Praticamente perdeu metade do valor de mercado, em dois meses. No Congresso Nacional existe aquele rebuliço de convocar depoentes para CPI da Petrobras. Enfim, a terra das estatais brasileiras continua se abalando, na busca de apurar escândalos.

Na esteira de denúncias, está surgindo agora notícias de problemas no sistema Eletrobras. A ação da estatal caiu ontem 9% na bolsa de valores e 30% em um mês. As irregularidades foram encontradas também no escritório de Alberto Youssef, envolvendo a hidrelétrica de Jirau.

Por outro lado, os números divulgados sobre a economia brasileira continuam demonstrando uma letargia de um ano inteiro de más notícias. Como sempre o Banco Central divulga o seu indicador de atividade econômica, agora como do terceiro trimestre deste ano, chamado de IBC-Br, antecipando-se em dez dias o indicador do terceiro trimestre do IBGE. Este segundo, definitivo para as contas nacionais. Segundo o IBC-Br, no ano, até setembro, a economia brasileira segue estagnada, visto que apresentou alta de apenas 0,01% no período.

Já as nove empreiteiras em referência passarão a ser também investigadas pela Controladoria Geral da União (CGU), a qual deveria ter ingressado na investigação desde março, começo da citada operação. Seus membros já estão recorrendo à delação premiada. Enfim, somente com a denúncia do juiz Sérgio Moro ao STF, o processo se transformará em ação penal.

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