23/04/2014 - OPERAÇÕES CARRY TRADE
As chamadas operações carry trade
são decorrentes de especulações com moeda. Investidores internacionais tomam
emprestados em bancos internacionais à taxa de juros mais baixa e aplicam em
títulos da dívida pública brasileira, que pagam pelo menos a taxa básica de
juros a SELIC, hoje em 11% ao ano. Conforme é sabido o Brasil pratica as
maiores taxas reais de juros do mundo. Lá fora é possível tomar emprestado a 3%
ao ano, que, mesmo pagando impostos sobre o ganho financeiro, o
aplicador-especulador ganha e muito. O Brasil com taxa de 7,25%, a menor SELIC
já praticada, atraia menos. Porém, através de nove elevações consecutivas da
SELIC, o País voltou a ser o paraíso dos especuladores. Claro, no meio dos
especuladores vem também investidores internacionais e o Brasil está
necessitando muito para fechar o crescente déficit no balanço de transações
correntes.
Depois de 1994, data do Plano
Real, a estabilidade dos preços foi conquistada mediante contratos formais e
informais na sociedade. A inflação, que é elevação no nível geral de preços,
passou a ser relativamente bem comportada. Os governos até então usaram o real
valorizado, para combater a inflação importada, bem como o controle dos preços
públicos, tais como os derivados de petróleo, energia elétrica, água, dentre
outros. O tripé sobre qual se assenta a economia brasileira é o sistema de
metas de inflação, superávit primário e câmbio flutuante. Neste, o Banco
Central faz monitoramento diário. Por isso mesmo, mediante captações chegou a
constituir um colchão de divisas internacionais para defesa de ataques
internacionais especulativos.
A empresa fornecedora de
informações financeiras CMA, examinou 33 moedas, verificando que o real neste
ano teve a quarta maior valorização em relação à moeda americana. Neste mês a
dívida brasileira somente perdeu para a rúpia da Indonésia.
Em suma, o real valorizado
continua trazendo segurança para a política econômica, em detrimento das
manufaturas cujo produto industrial continua perdendo peso na composição do
PIB, até que seja feita nova política industrial.
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