10/04/2014 - DESLANCHE DOS GASTOS PÚBLICOS
Quando Fernando Collor quis
realizar o Plano Brasil Novo, no início do seu governo, em 1990, ele disse que
tinha somente uma bala de prata, que seria deflagrada para o enxugamento
monetário, perante a inundação de dinheiro prevalecente, que causava a
hiperinflação (acima de 1.000% ao ano; em determinado momento, anualizada,
chegou a ser maior do que 2500%). Ele deixou todos perplexos, quando sequestrou
80% do dinheiro da economia, para devolvê-lo em doses homeopáticas. Para isto,
ele fez a fusão de muitos ministérios e cortou imensamente os gastos públicos.
Porém, em 1990, houve brutal recessão, de 4,3% ao ano. A história chamou tal
Plano de Collor I. Terminado 1990, a devolução paulatina do dinheiro, não
reanimou a economia e o resultado foi o retorno da inflação em 1991.
Paulatinamente, também, vinha elevando os gastos públicos, mediante Plano
Collor II, em 1991. Em 1992, Collor foi forçado a renunciar, mediante corrupção
generalizada com dinheiro público. Seu vice-presidente, Itamar Franco,
continuou reativando gastos públicos, com recriação de ministérios. FHC
continuou nesta linha, reativando também ministérios. Lula, em dois mandatos, expandiu
mais ainda, criou vários ministérios e passou para Dilma 38 deles. Lula fez
também uso partidário das estatais, expandiu os créditos dos bancos públicos e
desmontou as agências reguladoras. Dilma centralizou o poder mais ainda. A
máquina pública continuou a crescer e Dilma criou o 39º ministério. Ora, ao
invés de realizar investimentos em infraestrutura, indicadas para reduzir o
custo Brasil, referidos governantes partidarizaram a máquina governamental,
elevando os gastos, em projeto de ficar pelo menos 20 anos no poder, isto veladamente
percebido desde Collor. Aliás, somente este foi obrigado a renunciar, mediante
processo de afastamento. Os outros não tiveram tais processos. Itamar Franco
ficou pouco tempo no poder. FHC passou oito anos e engavetou mais de 600
processos de improbidade administrativa. Lula também passou oito anos e ficou
incólume, mesmo com o processo do “mensalão”. Dilma tem feito doações e
empréstimos a países, de forma secreta, Até agora não sofreu Ação de
Inconstitucionalidade, conforme previsto no artigo 49 da Constituição.
Há 30 anos a infraestrutura tinha
sido relegada ao segundo plano, quando em 2007, segundo mandato de Lula,
criou-se o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), para resolver os
gargalos do chamado custo Brasil. Porém, em 2010, o PAC 1 não tinha realizado
nem a metade das obras públicas projetadas. A presidente Dilma, em cima do PAC
1, criou o PAC 2, mas tem realizado bem menos do que Lula. Os projetos existem
mais agora são mais dilatados os prazos do que com Lula. Uma barafunda de
milhares de projetos atrasados por vários anos, gerando insatisfação e
descontentamento pela classe empresarial, que não tem investido como poderia,
reclamando principalmente do centralismo do governo e da falta de
infraestrutura.
No início do governo de Dilma, o
megaempresário Jorge Gerdau foi chamado para coordenar grupos que atraíssem os
empresários recalcitrantes. Ele não só não conseguiu como anteontem atirou
publicamente contra o governo. Primeiro, criticou a insistência do Brasil em
aproximar-se do MERCOSUL, que pouco tem a oferecer. Segundo, afirmou que o
próximo governo deveria ter somente seis ministérios. Isto é, corte de 33
deles. Terceiro, reclamou da falta de infraestrutura e da qualidade dos
serviços do País. Quarto, insistiu que o Brasil deve aumentar a sua poupança,
investir em infraestrutura, melhorar sua governança e aumentar a produtividade,
para crescer mais do que os índices próximos a 2% dos últimos anos. Declarações
de 40 minutos na 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre.
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