11-04-2014 INFLAÇÃO EM ELEVAÇÃO É RUIM




Sim, a inflação em elevação é ruim, principalmente quando mostra a tendência de permanecer no longo prazo, tendo em decorrência baixo crescimento econômico. Claro, na famosa teoria da equação quantitativa da moeda, MV = PY, quando o lado monetário (MV) é muito maior do que o lado produtivo (PY), isto implica em dizer que o ajuste se dá via inflação e baixo crescimento econômico. Na equação, M = quantidade de moeda; V = sua velocidade renda; P = nível geral de preços; Y = volume das transações. Antes do Plano Real, de 1994, a inflação era indexada. Vale dizer os preços e os contratos eram corrigidos cotidianamente. A economia era desorganizada, tendo levado cerca de três décadas desajustadas. O Plano Real acabou com esse triste passado, vindo a inflação, nestes cerca de vinte anos, repetir, na maioria desses anos, a taxa inflacionária na casa de um dígito, assemelhando-se à inflação dos países civilizados. No entanto, referida taxa ainda tem sido bem maior. Vale dizer que a economia ficou estabilizada. Daí, em diante, veio adquirindo bons fundamentos econômicos, sendo o Brasil hoje considerado um país emergente. Nos oito anos de FHC (1995-2002), a inflação foi dominada, embora ainda alta, em razão das crises mundiais que enfrentou. Por isso mesmo, naquele período, o PIB cresceu baixo, por volta de 2,3% em média anual. Nos oito anos de Lula (2003-2010), a economia mundial foi exuberante de 2003 a 2008. De 2003 a 2008, parecia que o crescimento ficaria sustentável a altas taxas. A inflação se reduziu bastante e fechou 3,1% em 2014, a menor taxa inflacionária da história. No entanto, no final de 2008 e em 2009, a economia ficou em recessão. Mas, Lula resolveu gastar muito, tanto para a eleição de outubro de 2010 como para que a economia se recuperasse rapidamente do mal resultado de - 0,2% de retração do PIB em 2009. Em razão a isso, a economia cresceu em 2010 cerca de 7,5%. A maior taxa de crescimento em 30 anos. Contudo, a economia mundial ainda estava recessiva. Nada obstante o modelo teórico, tanto de Lula como de FHC, fossem baseados no mesmo tripé, meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário, a gestão da presidente Dilma se defrontou com o modelo de crescimento esgotado, o qual ela seguiu, mas tem lhe proporcionado três anos ruins de taxas incrementais do PIB, sendo a expectativa deste ano ser bem pior do que a do ano anterior, o que lhe dará uma taxa média de incremento da economia menor do que a da era FHC e a da era Lula. Em decorrência de suas dificuldades, herdadas e adquiridas, no seu primeiro ano, a inflação esteve em 7,7%. Dai em diante baixou muito pouco e voltou a ameaçar ultrapassar a casa dos 6%.

O ano de 2014 está levando a inflação para bem acima das expectativas. O mês de março registrou a maior alta para um mês da espécie, atingindo 0,92%. A inflação dos últimos doze meses atingiu 6,15%. A perspectiva é de que a taxa mensal se reduza gradativamente para 0,35% nos próximos meses. Mesmo assim, a taxa inflacionária pelo IPCA poderá ultrapassar 7%, em doze meses. Aliás, tomando só a cidade do Rio de Janeiro, o IPCA até março referido atingiu 7,87%. Por seu turno, a esperança de crescimento para este ano já foi rebaixada para 1,8% pelo FMI e, para 2%, pelo Banco Mundial, apresentadas nesta semana, taxas que vem sendo diminuídas a cada trimestre nos últimos quatro deles. Internamente, espera-se taxa de aumento do PIB por volta de 1,5%. Enfim, os resultados das contas públicas são ruins e influenciarão muito as eleições de outubro vindouro.

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