15/04/2014 - FHC DIZ QUE O REAL FICOU PELA METADE
Ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso tem declarado que o Plano Real ficou pela metade. Isto é, houve somente
a reforma monetária. Faltaram a reforma política, a reforma tributária e a
reforma da previdência social, segundo ele. Esta última foi tentada, no seu
governo. Porém, somente foi criado o fator previdenciário, quando deveria ter
sido mudada a idade mínima para a aposentadoria, visto que a expectativa de
vida do brasileiro ultrapassa 73 anos e a aposentadoria por idade acontece aos
65 anos. Parece que o que aconteceu com FHC foi a de maior confiança nas suas
negociações políticas, coisa que Lula teve muita, mas mudou pouco, não fazendo
as citadas reformas. A presidente Dilma falta a habilidade em referência.
Nas manifestações de rua de junho
de 2013, as bandeiras principais foram a reforma política, a luta contra a
corrupção, a qualidade dos serviços de saúde, educação e segurança. Encabeçando
veio a questão política. A presidente da República chegou a falar de uma
Assembleia Constituinte ou até de uma mudança ampla, remetendo anteprojeto de
lei de uma alteração constitucional. Os debates se sucederam e ainda ocorrem. Entretanto,
hoje, a situação ficou minimizada, tratando-se agora de somente uma minirreforma
política, referindo-se ao financiamento público de campanha. Está encalhado. Na
verdade, existem 32 partidos políticos. É muita gente. Para FHC, na revista
Exame desta semana: “Houve uma mudança na relação entre Congresso e o
Executivo. No meu tempo havia uma aliança para ganhar a eleição e governar.
Para reformar a Constituição, eu precisei obter três quintos dos votos no
Parlamento. O apoio dos aliados se deu em função de um programa de governo. Era
um presidencialismo de coalizão. Nunca entendi por que Lula precisou formar uma
base tão grande no Congresso se ele não estava reformando a Constituição. Para
aprovar leis ordinárias, basta conseguir a metade dos votos mais um. O que
existe agora é um presidencialismo de cooptação”.
Quanto à questão da corrupção, a
atual mandatária da Nação começou seu governo fazendo uma “faxina ética”, mudou
uma dezena de cargos do primeiro escalão. No entanto, parou. Por quê? FHC assim
explica: “Nos regimes democráticos, a alternância do poder é necessária. Quando
um governo se mantém por muito tempo, grupos de interesses se consolidam, todo
mundo vira protegido de alguém e o crescimento da corrupção é quase inevitável.
O sentimento de que você estará no poder para sempre faz seus aliados achar que
também terão poder ou dinheiro para sempre. Isso é ruim. É hora de mudar”.
Temas recorrentes como educação,
saúde e segurança FHC não se evidenciou. Afinal, ele também caminhou muito
pouco nos aspectos em tela, como saúde e educação, aprofundando os problemas de
segurança e de infraestrutura.
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