14/04/2014 - BIÊNIO DIFÍCIL


O biênio 2014-2015 está sendo visto como muito difícil para a economia brasileira. As projeções, inclusive as do Banco Central, publicadas semanalmente são de taxas de crescimento até inferiores a 2% anuais.

A economia doméstica se defronta com a problemática de deterioração da contabilidade nacional. O ex-presidente Lula entregou a presidente Dilma uma economia estabilizada, inflação controlada, a maior taxa de crescimento em mais de 30 anos, em 2010, de 7,5% do PIB, uma Petrobras que lucrava R$35 bilhões ao ano. Depois de oito anos no poder, Lula tinha a confiança dos empresários e da população, isto é, credibilidade. A presidente Dilma continuou com o mesmo tripé de política econômica de Lula. Porém, falta-lhe atuação política, jogo de cintura, diálogo, além de não ter feito as reformas econômicas prometidas, deixou seu ministro da Fazenda fazer malabarismos com a contabilidade nacional, ao ponto de mascarar o prometido superávit fiscal. Mas, não foi somente o acima exposto. A presidente orientou o Banco Central a baixar rapidamente a taxa básica de juros, a SELIC, em 5 pontos, deixando-a no menor número da história: 7,25% anuais. Declarou ainda que o ideal seria uma SELIC em torno de 2% ao ano. A produção não reagiu na forma esperada. Teve de voltar atrás, o Banco Central já fez nove reuniões consecutivas de elevação da SELIC. Ademais, pouco realizou de parcerias público-privadas, tendo o País uma infraestrutura cada vez mais débil, vez que pouco também investiu, sem deixar de turbinar os gastos públicos, criando mais um ministério (o 39º). Já no último ano de mandato, a inflação continua tendenciosa à alta. Somente não está pior, porque a Petrobras tem preços congelados. Mas, elevou seu grau de endividamento e a sua produção de petróleo ficou praticamente estagnada. Há previsão de aumento de preços dos combustíveis para junho. Acredita-se, em razão das eleições, que a medida poderá ser postergada, à semelhança com o que fez com o reajuste de energia elétrica projetado para este ano, adiado para 2015. A perspectiva de sua gestão é de uma taxa média de incremento do PIB por volta de 2%. Menos do que a média anual alcançada por Lula (4%) ou FHC (2,3%).

A expectativa de Ricardo Amorim, na revista Isto é, desta semana é de que “ganhe quem ganhar a eleição, em 2015, o crescimento será ainda muito baixo e talvez até negativo”. Prevê o articulista ainda uma nova crise global. “Primeiro, as bolhas imobiliárias e de crédito chinesas... Segundo, a bolsa americana. Pelas minhas estimativas, ela está quase 80% acima de seu preço justo. Desde 1870, isso só aconteceu em 1929 e 2000”.

 

 

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