08/04/2014 - EFEITO CRIMÉIA




No ano passado a bolsa de valores brasileira acumulou perdas de no mínimo 15%. Em janeiro, fevereiro e início de março a BOVESPA caiu mais de 7%. A explicação de ter reiterados prejuízos se deveu ao fraco desempenho econômico do ano, de 2,3% em 2013, além de perspectiva ainda pior de crescimento de 1,5% para este ano. No primeiro semestre de 2008, a BOVESPA chegou ao pico de 73 mil pontos. Advinda a recessão no segundo semestre de 2008, a bolsa brasileira caiu até 37 mil pontos, recuperando-se meses depois, para acima de 50 mil pontos. No cenário dos três últimos anos, não havendo mais recessão, a BOVESPA chegou ao mínimo de 45 mil pontos, recuperando-se rapidamente para 55 mil pontos. Agora, em março de 2014, ela voltou a cair até 45 mil pontos. Porém, recuperou-se e voltou em direção aos 55 mil pontos. A revista Veja, da semana passada, trouxe como principal matéria, já na sua capa, “Dilma caiu, a bolsa subiu”, de que, a última pesquisa do IBOPE, divulgada na terceira semana de março, mostrou a queda de popularidade do governo da presidente Dilma de 43% para 36%, fazendo com que a bolsa brasileira subisse. Mesmo assim, ela ganharia no primeiro turno. A reação citada de 45 mil pontos para perto de 55 mil pontos, foi explicada pela Veja como o mercado de ações, que geralmente se antecipa às projeções, de que poderia haver mudança de governo. Ficaria claro que os grandes capitalistas estariam apostando em provável nova tendência (ainda não há a tendência definida). Eles que não têm investido bastante para que o País cresça bem, em desacordo com a gestão econômica atual.

Nesta semana, a explicação é outra. Desta vez, dada pela revista Isto é, “do efeito Criméia”. Nos últimos três meses, quando a crise da Rússia com a Ucrânia se agravou, tendo havido a anexação da Criméia por parte da Rússia, investidores retiraram US$70 bilhões daquele país. Antes, em 2013, tinham saídos US$62,7 bilhões. Parte desse dinheiro veio para o Brasil. Assim, entre 1º e 20 de março, ingressaram de forma líquida US$552 milhões em compra de ações brasileira. Não veio mais para não assustar o mercado de bolsa, dado que a recuperação deste ano foi rapidamente. Por estes dias, a bolsa caiu e subiu alternadamente. Portanto, a tendência é de alta. No entanto, em matéria deste tipo as previsões são difíceis de afirmação. A Isto é acredita ainda que “Um conflito que faz bem para o Brasil... Autoridades da Rússia declararam que, se houver sanções comerciais dos Estados Unidos e da Europa, o país vai investir em novas frentes. O Brasil está na mira”. 

A explicação do presidente do Banco Central é de que a recente alta de juros para 11% tem atraído capitais especulativos. Logo, existem capitais que também estão no mercado financeiro de olho em mudanças na bolsa de valores. Em outras baixas provavelmente eles mudarão de posição.

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