19/04/2014 - ECONOMIA DESACELERA


O Banco Central (BC) se constitui em centro rápido de pesquisa, trabalhando com amostra infinitamente inferior a do IBGE. Por isso mesmo, divulga muito antes do IBGE o Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O índice do BC é considerado uma prévia do indicador oficial do IBGE. Conforme o BC, a economia brasileira desacelerou entre janeiro e fevereiro, depois de registrar um avanço de 2,35% em janeiro, em fevereiro houve taxa mais modesta de 0,24%. Dessa forma, especialistas alertam que se consolida um quadro de crescimento fraco para este início de 2014, consistente com uma expansão até dezembro deste ano de um PIB por volta de 1,5%. Portanto, é muito grande a diferença entre os 4,5% projetados pela Lei de Diretrizes e Bases de 2013. Na verdade, desde o início do mandato da presidente Dilma, os números prospectados vêm sempre superestimados, trimestralmente, gerando descrédito até internacionalmente, como pelo jornal londrino Financial Times e pela agência de risco americana Standard & Poor’s, a qual rebaixou a nota de crédito brasileira.

O descrédito ocorre no meio empresarial, cuja confiança cada vez baixa mais, há três anos, travando a realização de projetos produtivos. A inflação elevada e resistente é outro forte fator dos problemas que o governo vem enfrentando. A presidente Dilma nos dois primeiros anos baixou a taxa de juros em 5%, deixando-a em 7,25%. Mas, vendo que cometeu erro de interferência desmedida, recomeçou em abril de 2013, a elevar os juros da SELIC, visando combater a inflação. Em nove reuniões consecutivas já a trouxe para 11%, alterações em mais 4,75%. Quer dizer, uma ida e vinda que desgastou a imagem do BC, dominado veladamente. No geral, na economia brasileira os erros se sucedem em idas e vindas. Por exemplo, colocou estímulos ao consumo de automóveis em dois anos, retirando-os devagar. Os pátios das montadoras estão cheios, muito acima dos estoques normais. Reduziu a rentabilidade da caderneta de poupança, quando baixasse a SELIC de 8,5%, mas esta se encontra impossibilitada de estar assim, devido à alta da inflação. Ademais, reduziu as tarifas de energia elétrica em 2013, mas voltou a colocar aumentos semelhantes agora em abril de 2014. Poderiam se repetir o que se tem dito aqui, que a política econômica não é consistente. Na verdade, é necessário partir para mudanças reformistas. No entanto, a coragem governamental é pontual, procurando manter o poder por muito tempo, mediante cooptação de cerca de 17 ou mais partidos políticos, no elenco de 33 organizações da espécie.

Enfim, acredita o governo nas pesquisas, que continuam dando a presidente Dilma 40% das intenções de votos, ganhando no primeiro turno, acreditando que os programas sociais em execução, isto é, mais de 50 milhões de assistidos a reelegerão, que é o seu grau de abrangência, mais o esforço da militância em arrebanhar votos. Em face dessa pesquisa da Vox Populi, divulgada anteontem, a equipe da presidente já se refere a uma segunda “Carta aos Brasileiros” (a primeira foi a de Lula, em 2002), prometendo respeitar contratos e atrair empresários. A questão é: será que Dilma conseguirá reverter à tendência, consoante realizou Lula? Não mudando a política econômica, a economia continua em marcha de baixa eficiência.

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