17/04/2014 - PETROBRAS, MAIS TRAPALHADAS.


A última trapalhada da Petrobras aconteceu nesta semana, quando a presidente da Petrobras, em depoimento no dia 15, declarou em Comissão do Congresso, que investiga denúncias de corrupção na estatal, não sendo ainda a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mais ampla, proposta para ser exclusiva, a ser julgada pelo STF, Maria das Graças Foster arrematou sobre a compra da refinaria de Pasadena, Texas, Estados Unidos: “Assim, o negócio originalmente concebido, transformou-se em num empreendimento de baixo retorno sobre capital investido. Definitivamente, não foi um bom negócio, a contabilidade prova isso”. Colocou a culpa no diretor internacional da época, Nestor Cerveró e no ex-presidente, seu antecessor. Duas semanas atrás, perante a mesma comissão, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli afirmou que a compra da citada refinaria “foi um bom negócio”. Ora, não foi e não é bom negócio. Ademais, atualmente, está preso o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, pela operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga desvios de dinheiro, no valor de mais de R$10 bilhões, tendo indiciado 46 pessoas. Estão ainda na Europa membros da comissão referida acima, investigando esquema de propina de multinacionais a funcionárias da Petrobras. Sobre o ex-presidente da estatal surgiu a notícia de que ele teria nomeado um primo para diretor da firma, embora funcionário de carreira. Sobre a atual presidente, comenta-se que seu marido, Foster, já possuía e continua assinando contratos com a empresa. Pairam ainda denúncias de atrasos em muitas obras e superfaturamentos, principalmente nas maiores delas, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e na refinaria Abreu Lima de Pernambuco.

Durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, a Petrobras partiu em direção da autossuficiência produtiva de petróleo. Sem dúvida, a Petrobras tinha o maior caixa das estatais para realizar investimentos, ao ponto de, em 2006, Lula, Dilma, Jaques Wagner, Mantega, Gabrielli, dentre outros dirigentes, terem anunciado grandes reservas descobertas na camada do pré-sal, entre 5.000 a 7.000 metros de profundidade. Falaram as autoridades em tela até de o Brasil exportar a citada matéria prima. O ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em visita de 2006 ao Brasil, comemorou que o País seria novo membro da OPEP. Porém, a Petrobras esteve perto da autossuficiência. Devido à crise aguda internacional, a adição de álcool à gasolina e o carro bicombustível não estarem gerando bons resultados, em consequência, elevaram-se ano a ano as importações de derivados do petróleo.

Por fim, desde 2003, que a gestão da economia tem sido de pouco fazer reajustes nos derivados de petróleo, tendo em vista reduzir seus impactos na taxa inflacionária. Na época de Lula deu certo, visto a maioria dos seus anos de poder ser de forte conjuntura mundial favorável. Entretanto, a crise econômica global, iniciada no final de 2008, ainda não sanada, mostrou que tal política tem levado à descapitalização da Petrobras. O petróleo do pré-sal tem tido poucos resultados, de cerca de 10% da produção total. O que foi bom nos anos intermediários da década passada está sendo ruinoso para a estatal nos três últimos anos. Dessa maneira, o valor de mercado em 2010, que era de US$236 bilhões se reduziu agora para R$86 bilhões. A Petrobras era a 12ª maior empresa do mundo. A maior da América Latina. Não está mais nas duas citadas posições. Atualmente é a 120ª do planeta. Uma queda turbinada. Sem dúvida, uma fuga da rota de competência. Hoje vale 36,44% daquele de três anos atrás.

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