16/04/2014 - CAPITAL HUMANO
Classicamente os fatores de
produção são cinco: natureza, trabalho, capital, capacidade empresarial e
tecnologia. Desde o início dos anos de 1970, pelo menos, na Universidade de
Chicago, foi feita a junção de dois fatores como um fator só, refinado, que vem
sendo aprimorado por décadas subsequentes: capital humano. Isto é, o
investimento que se faz no homem para sua qualificação. A propósito, o
professor Gary Becker, daquela Universidade, escreveu um livro intitulado Human
Capital. Mais tarde, em 1992, o citado professor recebeu o Prêmio Nobel de
Economia. Consta que ele, embora idoso, ainda estuda nessa linha. Dessa forma,
as empresas líderes do mundo estão perseguindo sempre os melhores cérebros.
Assim tem acontecido com General Motors, Exxon, Microsoft, Unilever, IBM,
Petrobras, dentre outras, hoje sendo a maior do mundo a Apple, cujas maiores
forças dos seus profissionais se encontram não somente na produção, mas em
inovação, design e marketing, como exemplos.
O jornalista Daniel Barros, em
artigo especial para a revista Exame, datada de hoje, afirma “A cara do novo
emprego” (título), citando pesquisa da consultoria internacional PWC, a qual
ouviu 1.350 presidentes de empresas em todo o globo, concluindo que a maioria
afirma estar preocupada com a falta de mão de obra com qualificação. Em 2009,
referida consultoria verificava isso em 46% dos pesquisados; em 2012, com 53%;
em 2014, com 63% deles. Os pesquisadores constataram ainda que, nos Estados
Unidos, que tem índice de desemprego de 6,7%, existiam milhões de vagas não
preenchidas, por não encontrarem trabalhadores que preencham os requisitos de
qualidade.
Outra pesquisa pertinente da PWC,
com a rede social LinkedIn, que analisou o nível de adaptação de mão de obra em
11 países, ranqueando de zero a 100, na qual a posição brasileira é melhor do
que a de grandes emergentes, tais como Índia e China. Rússia e África do Sul
não foram examinadas. A ordem é a seguinte: 1º Holanda, 85 pontos; 2º Reino
Unido 67; 3º Canadá, 61; 4º Singapura, 57; 5º Estados Unidos, 57; 6º Austrália,
52; 7º França, 41; 8º Alemanha, 39; 9º Brasil, 36; 10º Índia, 34; 11º China,
23. Em resumo, os pontos do Brasil são menos da metade dos pontos do primeiro
colocado, a Holanda.
O autor também informa em
pesquisa disponível da OCDE, que o Brasil está mal situado na classificação de
pessoas com nível universitário. Enquanto Rússia vem em 1º, com 54% da
população; Canadá em 2º, 51%; Israel em 3º, 46%; Japão, 4º, 45%; Estados
Unidos, 5º, 42%; Reino Unido, 8º, 38%; Austrália, 10º, 38%; Holanda, 20º, 32%;
México, 30º, 17%; Brasil, 38º, 11%; China, 39º, 5%. Estes são alguns exemplos
entre 44 países pesquisados.
Os dados acima são sinais de
quanto o Brasil ainda precisa fazer pela educação para ser um país
desenvolvido.
Comentários
Postar um comentário