29/03/2014 - É A ECONOMIA QUE GANHA ELEIÇÃO




A economia nem sempre proporciona ganho, visto que pode haver prejuízo na atividade ou empatar receita com custo. Porém, em essência, fazer economia é obter lucro, que mais tem a dizer seu próprio nome. Em se tratando de eleições, é com a economia proativa que o candidato pode obter resultado positivo. Ficou paradigmático o dito pelo assessor político chefe, de Bill Clinton, a respeito da campanha do adversário George Bush (pai), alertando “é a economia, estúpido!”, visando Clinton vencer, como de fato venceu o escrutínio presidencial.

No Brasil, FHC ganhou duas eleições sob a égide da estabilidade econômica do Plano Real. No entanto, o candidato do seu partido a sua sucessão perdeu, justamente, porque no final da era FHC, o desemprego estava acima de 11% da PEA e houve em 2001 o racionamento nacional de energia elétrica. No caso, Lula ganhou com a bandeira do emprego. A presidente Dilma venceu a eleição porque surfou no apoio de Lula, nos seus bons resultados econômicos alcançados, principalmente do crescimento de 7,5% do PIB em 2010. Atualmente, o sinal de alerta foi aberto para a presidente Dilma, caso queira conquistar o segundo mandato. Em junho do ano passado houve manifestações populares, pedindo que cumprisse promessas de campanha. Pouco foi feito. Não é à toa, agora, que a sua popularidade caiu no mês de março, em comparação com novembro de 2013, de 43% para 36%, entrevistados 2.002 pessoas, em 141 municípios, entre os dias 14 e 17 deste mês, pelo IBOPE, contratado pela Confederação Nacional da Indústria. Antes, sua popularidade crescia desde setembro de 2013. Segundo a pesquisa, os entrevistados demonstraram um descontentamento maior com relação às políticas econômicas, principalmente em relação à inflação e o desemprego. O resultado foi mais influenciado pelas pessoas que residem em pequenos municípios, com até 20 mil habitantes. A perda de popularidade se deu mais entre os jovens de 16 a 24 anos e entre os eleitores com renda familiar mais alta, os quais percebem mais de cinco salários mínimos, além dos residentes no exterior.

Os interpretadores da pesquisa acreditam que a persistente inflação no governo da presidente Dilma, bem como suas projeções de alta está incomodando os entrevistados. Além do mais, devido às baixas taxas de crescimento em mais de três anos, transmite medo de desemprego aos pesquisados. Os organizadores da pesquisa não questionaram sobre o desdobramento da compra da refinaria de Pasadena, que deu prejuízo à Petrobras. A esse respeito, muito assunto poderá compor a CPI, caso venha a ser instalada, fatos que poderão constar da próxima enquete. Enfim, os pesquisadores acreditam que ainda não é possível afirmar que há uma tendência de queda continuada, porque é a primeira queda registrada nos últimos meses.

Dessa maneira, assim que passar a inflação sazonal, caso o governo adote medidas proativas, ou seja, enderece mudanças de melhoria na política econômica ou nos fundamentos da economia, poderá haver a recuperação da avaliação positiva. Muitos sabem que o modelo teórico de Dilma é o mesmo de Lula. Porém, Lula contou com uma conjuntura internacional muito favorável e se utilizou da política econômica para levar o País a crescer 4% ao ano, em média em oito anos. Já, Dilma, não encontrou uma conjuntura mundial tão favorável. Porém, a economia mundial está em recuperação. Os resultados econômicos que vem obtendo não tem sido bons. Por outro lado, ela não está redefinindo novos termos para a economia brasileira e continua sendo antipática para grandes investidores. Portanto, vem obtendo crescimento econômico sofrível, por volta de 2% ao ano, em média, a metade do obtido por Lula. Claro, ainda há tempo para mudar em pelo menos os próximos seis meses. No entanto, não parece muito provável, visto que está em final de governo. Portanto, continua ela acreditando que o alicerce dos programas sociais a reelegerá. 

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