03/03/2014 - VINTE ANOS DO REAL
No dia 25 de fevereiro, o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e o tucanato solicitaram a pauta
do Congresso para comemorar os 20 anos do Plano Real, lançado em 1994. Na
verdade, como ano, completam-se duas décadas. No entanto, tratou-se de uma
jogada política de lançar FHC como cabo eleitoral, que cumpriu dois mandatos,
mas ficou de fora das três eleições seguintes para presidente da República,
quando os candidatos tucanos perderam para os candidatos do PT, duas vezes José
Serra e uma vez Geraldo Alckmin. Ao comemorarem duas décadas do plano econômico
que estabilizou a economia brasileira, os tucanos levaram a luta contra a
inflação para o centro da disputa eleitoral e, ao contrário das três referidas
campanhas, lançaram FHC como peça importante das próximas eleições. FHC e o
pré-candidato Aécio Neves afirmaram que o Brasil precisa de um choque de
confiança, tentando resgatar eleitoralmente o sucesso do Plano Real. Na
verdade, no final de fevereiro de 1994 foi lançada a Unidade Real de Valor
(URV), unidade de conta, para fazer a transição do cruzeiro real para a nova
moeda, o real. Já o real nasceu no dia 1º de julho de 1994. As conquistas foram
as seguintes: 1) colocou-se fim à inflação galopante, que acontecia no Brasil
por décadas, isto é, por exemplo, entre 1965 a 1994, a moeda brasileira se
desvalorizou 1.142.332.741.811.850%; 2) permitiu-se que as empresas brasileiras
planejassem, com segurança, investimentos para o futuro; 3) os brasileiros
puderam ter ideia do valor real dos seus negócios; 4) o País tornou-se um
ambiente confiável, atraindo fluxos de inversões; 5) os ganhos inflacionários
deixaram praticamente de existir, obrigando os bancos a tornarem-se mais
competitivos; 6) em grande consequência, alicerçaram as bases para que os
governos petistas pudessem colocar em prática os programas de transferência de
renda, os quais hoje lhe dão grande popularidade.
No mesmo dia do evento, o
ex-presidente Lula entregou artigo ao jornal Valor Econômico, intitulado “Por
que o Brasil é o País das oportunidades”, destacando virtudes que os governos
petistas alcançaram, tais como o baixo desemprego, a grande inclusão da classe
média como maioria da população e os US$375 bilhões em reservas internacionais.
As duplas FHC-Aécio, Lula-Dilma
já entraram em campo para as eleições do próximo outubro. A terceira via
Eduardo Campos-Marina Silva ingressará no jogo, após esta semana do Carnaval.
As cartas estão sendo embaralhadas para a partida entre o trio começar.
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