12/03/2014 - PERDA DE VALOR EM BOLSA
O valor de mercado é calculado
pelo preço da ação em bolsa de valores multiplicado pelo total de papéis que a
companhia negocia, conforme autorização da Comissão de Valores Mobiliários no
Brasil ou de órgão similar das bolsas de valores mundiais. A cotação da ação se
traduz na confiança do investidor sobre a empresa. No caso brasileiro, a
BOVESPA se encontra bastante depreciada, por volta de 45 mil pontos. No auge da
última crise capitalista, a partir de 2008 estiveram em torno de 37 mil pontos.
Dessa maneira, as perdas enormes refletem o quanto se deterioraram os
fundamentos da economia brasileira. Basta ver que, no ano passado, entre as 500
maiores firmas do mundo, quatro das dez que mais perderam valor de mercado no
exercício são brasileiras, conforme publicação recente da Folha de São Paulo. A
Petrobras obteve o pior resultado das elencadas, perdendo 34% do seu valor em
bolsa. A queda só não foi pior do que a do banco espanhol Bankia, de 51%. A
Companhia Vale quedou-se 29,6%; Banco do Brasil, 29,1%; Bradesco, 25,1%. Nos
referidos 12 meses de 2013, apenas seis empresas nacionais figuraram entre as
500 maiores do mundo, o que é muito pouco.
Novas previsões semanais do
boletim Focus do Banco Central dão conta que o mercado reduziu de 1,7% para
1,68%. A perspectiva de crescimento deste ano para a indústria desabou de 1,8%
para 1,57%, não obstante ela tenha crescido 2,9% em janeiro passado. Porém, ela
tinha recuado 3,7% em dezembro e 0,6% em novembro. O caso do decepcionante recuo
industrial está jogando por terra o enorme esforço protecionista em mais de 50
anos do século XX, representando um retorno à fragilidade das contas externas
nacionais. O setor manufatureiro já representou 27,5% do PIB em 1985, estando
hoje em 13%. Número até abaixo ao nível anterior do Plano de Metas (1956) de
JK, quando esteve em 13,8%.
Já, segundo referido boletim, a
inflação projetada passou de 6% para 6,01% para 2014. Os investimentos não
deverão manter um bom ritmo de expansão, até porque o BNDES, que é responsável
por financiar 13% dos investimentos brutos do País, já confirmou que irá
reduzir desembolsos neste ano e o governo federal afirmou também que não
aportará novos recursos àquele banco, advindos de endividamento público. O Banco
Central acena ainda com nova alta da taxa básica de juros, para 11%, dentro de
um mês. Cresceram as incertezas com relação ao fornecimento de energia, sobre
novas concessões de serviços públicos e de que o crédito federal deste ano não
será superior ao do ano passado. O que é incrível é o imobilismo da gestão
econômica, colocando em risco até o grau de investimento brasileiro, conseguido
com muito esforço em 2008.
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