06/03/2014 - GASTOS EM FESTEJOS




O boletim Focus, publicação semanal do Banco Central, divulgado na segunda feira, ontem, após ouvir 100 analistas credenciados, elevou a projeção da taxa de crescimento do PIB deste ano, de 1,67% para 1,7%, mantendo a previsão da inflação em 6%. Nada a festejar na economia brasileira. O modelo permanece o mesmo. Mas, os gastos em festas do governo da presidente, ainda no seu terceiro ano, já suplantam os gastos do segundo governo do ex-presidente Lula em quatro anos. Em valores constantes, isto é, atualizados pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas, de 2007 a 2010, foram 153,4 milhões, enquanto o mandato atual já registra R$214 milhões, ultrapassando os oito anos de Lula, que custaram R$204,2 milhões. A distância é muito grande também para o segundo mandato de FHC (1999-2002) cujas festas custaram R$61,9 milhões. Enfim, o valor de R$214 milhões referidos será ainda turbinado pelos custos festeiros dos jogos da Copa do Mundo de Futebol. O agravante para a gestão de Dilma é que as dificuldades de gerar superávit primário, para pagar parte dos juros da dívida, teve projeção de 1,9% do PIB, a menor projeção percentual em vinte anos.

O ex-presidente Lula continua falando em apoio incondicional a presidente Dilma. Porém, com políticos e empresários de seu amplo relacionamento tem efetuado críticas ao estilo de governar da presidente Dilma. O descontentamento com a presidente parte de empresários e políticos em vários Estados. Em Minas Gerais, onde Aécio Neves é forte candidato. Em Pernambuco, onde Eduardo Campos é outro também forte candidato. Os problemas se proliferam grandemente no Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão. Cinco Estados a ameaçar a reeleição dela. Por fim, entre os 17 partidos de apoio ao seu governo, oito deles estão demonstrando insatisfação, PMDB, PP, PSD, PR, PTB, PDT, PROS, PSC, reunindo 283 deputados. Até agora, a presidente Dilma nas pesquisas poderia ganhar no primeiro turno.

Antecipando um revés, no próprio PT e no meio de muitos empresários existe um movimento chamado “volta, Lula!” Portanto, caso Dilma caia bastante na pesquisa, hoje já não se descarta a candidatura de Lula, embora ele não assuma. O problema é que, ambos poderiam perder, descontruindo o projeto de maior longevidade do PT no poder.

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