28/03/2014 - SUBSÍDIOS DISCRIMINATÓRIOS
Classicamente, o Estado é o
regulador do sistema econômico. Porém, a participação do Estado também ocorre na
atividade econômica, podendo acontecer de forma direta ou indireta.
Diretamente, através da criação de agências reguladoras e de estatais.
Indiretamente, através de vantagens aos empresários, sejam doações, fazendo a
infraestrutura locacional, utilização de divisas exclusivas, do crédito e redução
ou isenções de tributos. Os subsídios são reduções ou isenções de tributos e de
créditos. Muitas vezes a decisão empresarial de localização se deve a
existência de muitos subsídios. Em todos os tempos, os subsídios são
direcionados para privilegiados, a pretexto de “proteção”, de prioridade ou de
segurança nacional.
Não se referirá aqui aos períodos
colonial e imperial, vistos como quase todos os bens serem propriedades do
reinado. Porém, durante a primeira República, também chamada de República Velha
(1889-1930), prevaleceu a doutrina liberal, ficando o Estado somente como
regulador dos setores de famílias, empresas, governos e resto do mundo (modelo
de quatro setores) desde a etapa imperial o crédito rural subsidiado existe,
quando não anistia. Mesmo depois da independência de 1822, os interesses
ruralistas sufocaram os interesses dos industrialistas até 1929. A Revolução de
1930 estabeleceu uma ditadura militar, visto que os ruralistas queriam o Brasil
eternamente atrasado e agrário. Para o desenvolvimento urbano-industrial, foi
preciso um golpe militar, instaurando subsídios também para a indústria.
Somente depois dos anos de 1990, os cortes dos subsídios foram gerais,
mantendo-se poucas atividades econômicas subsidiadas. Mas, sem discriminação
dentro da área especificada.
Atualmente, a pequena produção
rural, que sempre foi beneficiada, detém subsídio agrícola. Existem mais subsídios
também para a produção agrícola da região de sequeiro. Todavia, uma das
críticas dos grandes investidores se deve ao fato de além de, tradicionalmente,
existirem Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia,
disponibilizando crédito beneficiado, o governo da presidente Dilma está também
mantendo a Caixa Econômica Federal, com crédito subsidiado para a construção civil,
seja na produção, seja para o morador, assim como o BNDES escolher poucas
grandes empresas para emprestar a taxas baixíssimas de 3,5% ao ano. O BNDES
deve aproximadamente R$400 bilhões ao Tesouro, pagando 5% de juros anuais,
enquanto o Tesouro capta recursos a, pelo menos, 10,75% ao ano. Consoante pode
se depreender, os bancos federais, tais como o Banco do Brasil, Caixa Econômica
Federal, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e BNDES disponibilizam crédito
subsidiado, transferindo para a União a conta dos subsídios concedidos. Isto é,
toda a Nação paga por beneficiar poucos. A contrariedade dos grandes
investidores é enorme justamente à discriminação que está fazendo o BNDES
escolhendo privilegiados dentro do próprio grande capital, esquecendo-se o governo
de fazer a prometida reforma tributária. Pelo contrário, aumentando a carga tributária
no seio do grande capital de bebidas, refrigerantes e cosméticos.
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