14/03/2014 - PREVISÃO DA FIESP


A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) é o órgão que congrega os sindicatos industriais mais poderosos do Brasil e da América Latina. Desempenhou e desempenha papel ímpar nas interpretações da sociedade brasileira. Por seu turno, é detentora de maior notoriedade empresarial desde 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência da República, instaurando a “proteção” da indústria nacional via substituição das importações. Isto é, o País tinha sua industrialização proibida desde 1703, pelo Tratado de Methuen, situação que remanesceu até 1930. Tendo em vista retirar parte do grande atraso manufatureiro em relação aos países avançados, o processo de substituição de importações se tornou rápido e efetivo. Dessa forma, em 1985, o setor industrial chegou a corresponder a 27,5% do PIB. Porém, por falta de competitividade, veio definhando, estando hoje em 13% do PIB, menor participação do que tinha antes do grande governo desenvolvimentista de JK, quando o setor manufatureiro correspondia a 13,6%. A FIESP vem tentando reverter o quadro, devido à importância da indústria na geração do valor agregado global. Mas, não vem convencendo os policies makers de uma nova política industrial.

A previsão para 2014 da FIESP, divulgada nesta semana é de que o PIB brasileiro crescerá 1,4%, menor do que aquela coletada semanalmente pelo Banco Central, conhecida como Boletim Focus, de 1,67%, assim como o PIB industrial não será maior do que este pífio número. Ademais, conhecendo-se a taxa de crescimento do PIB em 2011, de 2,7%, em 2012, de 1%, em 2013, de 2,3%, a FIESP está admitindo para a gestão econômica atual uma taxa média de incremento do PIB de 1,85%. Um desempenho medíocre, quando se compara com os governos do ex-presidente Lula, que foi de média de 4%. Até bem menor do que a média dos oito anos do ex-presidente FHC, que foi de 2,3%, tendo ele enfrentado as repercussões da moratória do México, os problemas cambiais dos tigres asiáticos, a crise da Rússia e a própria crise cambial brasileira. Dilma somente vem sentindo o rescaldo da crise enfrentada pelo segundo mandato do presidente Lula (2008-2009), mostrando-se apática na compreensão de que a tributação crescente sobre a produção está ainda mais prejudicando a competitividade brasileira.  A solução sugerida por muitos economistas é de uma reforma tributária que leve os tributos a recaírem mais sobre a renda e a riqueza. Isto é, imposto sobre o valor agregado (IVA).

Enfim, a má expectativa da FIESP está baseada na ausência de uma reforma tributária sobre o IVA, na valorização cambial ainda existente, na elevação recente da taxa de juros da SELIC, na desaceleração do consumo privado, na estagnação do crédito e no fim dos incentivos fiscais.

 

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