26/03/2014 - REBAIXAMENTO DA NOTA
A organização mundial sempre
manteve uma hierarquia entre os países, mesmo com a bagunça que trazem as
guerras, de tempos imemoriais até hoje. As guerras sempre foram formas
violentas. Nunca deixaram de existir e sempre existirão. No entanto, mediante o
advento do capitalismo, o sistema de mercado necessitou de dinheiro para fazer
realizar as transações. Dessa forma os países líderes impuseram as suas moedas
como forma de dominação indireta, definindo regras de subordinação. A regra
internacional é a de que o país rico empresta ao pobre. Este lhe constitui
dívida pública “eterna”, sendo esta a primeira velada dependência. Depois, nas
trocas internacionais, o país forte desvaloriza sua moeda para ganhar exportações,
o inverso é verdadeiro, em jogo sem fim. Os países centrais fixam regras,
através do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e da Organização das
Nações Unidas. Exigem que os países dependentes tenham reservas internacionais elevadas
como formas de garantir pagamentos de dívidas. Por fim, avaliam todos os países
e grandes empresas do mundo lhes atribuindo notas de desempenho, seguindo
classificações que lhes são próprias. Existem três grandes agências de risco
impondo referidas notas: Standard & Poor’s, aquela que calcula o índice Dow
Jones, o S & P 500, ambos da bolsa de Nova York, dentre outros; a Moody’s e
a Fitch. Todas americanas, gigantes e tradicionais.
De 1500 a 1994 o Brasil era
considerado um país pobre, desorganizado, não confiável. Pagou um preço alto.
Primeiro, assumiu a dívida pública de Portugal. Já nasceu devendo. Depois,
pagou elevados juros dos referidos débitos. Em decorrência da falta de
transparência, conviveu com elevadas taxas de inflação secularmente. Porém,
depois de 1994, data do Plano Real, o Brasil estabilizou seus fundamentos
econômicos, em busca de crescimento sustentável, sendo, por isso, considerado
um país emergente. Em 2008 conseguiu o “respeito” das citadas três agências,
obtendo o grau de investimento. Isto é, o grau de confiança dos grandes
investidores internacionais, acreditando na existência de fundamentos
econômicos de estabilidade para os agraciados. Dessa maneira, aquele detentor
do grau de investimento dispõe de crédito internacional, a prazos longos e
pagando as menores taxas de juros. O inverso também é verdadeiro para quem não
possui o referido grau.
Nesta semana a agência de
avaliação Standard & Poor’s reduziu de BBB para BBB -, um nível de
classificação, mas também somente o único nível acima do grau de investimento.
Se houver outro rebaixamento, o País perderá referida qualificação. A
justificativa é de que o Brasil apresenta sinais pouco claros da política
econômica, que enfrenta um frágil quadro fiscal, bem como pela desaceleração do
crescimento do País, deterioração das contas externas e projeção continuada de
inflação em alta. Para ela se ignorou o alerta que fez em 06-01-2013, quando a
classificação de risco brasileiro foi colocada em perspectiva negativa.
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