13/03/2014 - SEMELHANÇAS DE GESTÃO




O provável candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos, partiu para a ofensiva contra seus dois também prováveis adversários na eleição de outubro, Aécio Neves (PSDB), como possível herdeiro de dois governos de FHC, Dilma Rousseff (PT-PMDB), no caso de ser reeleita, mostrando o ponto comum entre ambos, de que FHC jogou para baixo do tapete a sujeira do primeiro mandato, ingressando em crise no segundo. Já Dilma está deixando o seu maior problema econômico, de pífias taxas de crescimento, menores até do que as de FHC, gestado também no primeiro mandato dela, para “explodir” no seu provável segundo mandato. Em suma, concluiu Campos que FHC (Aécio por tabela) e Dilma não poderiam possuir a necessária competência para o desenvolvimento sustentável. Mas, com isso, ele não está dizendo “volta, Lula”. Apresenta-se como candidato, nem Lula, nem Dilma disseram nada, porque isso poderia fortalecê-lo.

No cerne da disputa eleitoral está a problemática econômica. O ano começou com a presidente Dilma indo ao encontro dos grandes capitalistas internacionais no Fórum Econômico Mundial, procurando atraí-los, coisa que ainda não aconteceu. Ontem mesmo o ministro Guido Mantega em encontro com 18 grandes empresários no Brasil, tentou convencê-los de que está no caminho certo. Terá dificuldades porque não terá bons números, nem reformas para mostrar. Nesse sentido, indagado sobre o gasto adicional com as termelétricas, substituindo energia mais barata, informou que este será transferido para os consumidores. Ademais, por ter usado nestes três anos de uma contabilidade criativa, fora dos padrões internacionalmente aceitos, ocasionou insatisfações de uma forma em geral. Não usando mais a citada contabilidade, ficará no novo período demonstrando que a meta de superávit primário só poderá ser cumprida com aumento de tributos. Extremamente criticável, mediante elevação da carga atual, que passará de 36% sobre o PIB. Aliás, desde 1946, quando era de 16%, a carga tributária inibe o investimento e o País não se desenvolve como precisa.

No geral, além de não patrocinar as prometidas reformas, o governo Dilma tem feito grandes benefícios a um pequeno grupo de grandes capitalistas, através de desonerações e crédito barato do BNDES, em detrimento de muitos empresários. Na verdade, continuará elevando a carga tributária para o conjunto da sociedade e atendendo a privilégios de alguns capitalistas em particular. Para continuar com popularidade mantém os programas sociais.

Ontem, ainda, foi divulgada a inflação pelo IPCA de 0,69%. Anualizada, seria 9%. Claro, não se espera tudo isto, visto que a inflação de janeiro foi de 0,55%. Dois números elevados confirmam também o boletim Focus do Banco Central, que somente tem visto a inflação para cima. Logo, baixo crescimento do PIB projetado, de 1,67% e inflação de 0,69%, números de fevereiro, são péssimos temperos que o próprio governo está mostrando.

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