17/03/2014 - LOBISMO


 

Nos países ricos o lobismo é legal. No Brasil, o lobby não é legal, mas existe. Nos Estados Unidos existe uma comissão legalmente formada pelo Congresso, que examina diferentes tipos de projeto, aprovando os melhores, conforme apresentação de lobistas. No Brasil, por exemplo, o ex-ministro da Fazenda do governo de Lula, deixou o governo sobre denúncias de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, para pressioná-lo, quanto ao movimento desproporcional em sua conta corrente, que era tudo legal, o qual denunciara a presença constante dele em uma mansão em Brasília, onde aconteciam festas patrocinadas por lobistas, em 2006.  Afastou-se do governo federal. Naquele ano, Palocci fundou a empresa Projeto. Em 2011, voltou mais forte, como ministro da Casa Civil do governo Dilma, mas denunciado pelo jornal Folha de São Paulo, por ter comprado apartamento de R$6,6 milhões, sinal de patrimônio incompatível com a sua renda. Sem ter demonstrado como ganhou tal dinheiro, deixou o governo de novo. Agora, com discrição absoluta, tornou-se um dos principais consultores empresariais do Brasil. Palocci é medico sanitarista, mas dá as cartas na área de economia. Obviamente, fazendo lobismo.

Na área da saúde. O então dono da AMIL, Edson Bueno, diz ter contratado a Projeto, para ajudar em suas principais decisões estratégicas, tal como a venda da sociedade por R$10 bilhões à americana United Health, em 2012. Na área da construção civil, a WTORRE foi assessorada na venda de um estaleiro, para uma organização entre Engevix e a Funcef. Na área de concessionária de veículos, Palocci assessorou o dono da CAOA, em suas decisões em contratos com montadoras de automóveis chinesas. Na área de energia elétrica, a Projeto foi contratada pela CPFL para ajudar a estruturar um projeto de instalação de 25.000 medidores inteligentes de energia de 2011 a 2013, encaminhada à ANEEL, segundo fornecedores da empresa. Na área da educação, o empresário libanês, Chaim Zaher, sócio do grupo educacional Estácio, deu conta de contrato com a consultora Projeto, visando aquisições de novas escolas de ensino básico e ensino à distância. Na área de alimentos, Palocci assessorou Abílio Diniz, na disputa do grupo Pão de Açúcar com o grupo Casino, além de outras decisões estratégicas.

Uma das atividades de Palocci como consultor é fazer palestras sobre os rumos da economia brasileira. Cobra, em média, R$30.000,00. Em operações mais sofisticadas, como fusões ou brigas societárias, Palocci pode ganhar até 3% de comissão sobre valor do negócio. Palocci se reuniu em 2013 com empresários na China. Sabe-se que neste ano pretende passar dois meses nos Estados Unidos e na Europa.

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