07/03/2014 - SEM EMPREGO POR OPÇÃO
As estatísticas mais precisas
brasileiras são feitas pelo IBGE, de muitas décadas. No fim do ano passado,
referido Instituto informou que apenas 5,4% da população economicamente ativa
do Brasil estavam desocupados. Trata-se de uma das menores taxas da história
somente comparável à década de 1970, quando o PIB brasileiro cresceu por volta
de 10% por vários anos (em 1973 alcançou o pico histórico em torno de 14%),
grande momento chamado de “milagre brasileiro”. Depois de 1980 o Brasil passou
a ter PIB modesto, na faixa de 2% a 3%. Até que na primeira década do século
XXI o PIB subiu para uma média histórica de 4%, durante a era Lula (2003-2010),
quando no ultimo ano de 2010 foi incrementado em 7,5%. O desemprego em 2003
estava acima de 11% e a era Lula o trouxe para em torno de 6%. Ocorre que os
anos da presidente Dilma, 2011 a 2013, até agora, o PIB foi de 2,7% em 2011; 1%
em 2012; 2,3% em 2013. No entanto, o desemprego continuou caindo até os
referidos 5,4%. Estaria a economia brasileira diante de um paradoxo? O que está
tirando as pessoas das filas de desemprego? Até recentemente o motivo quase
único era a abertura de vagas de trabalho. Entretanto, com o esfriamento da
economia de 2011 a 2013, evidentemente, que se reduziram o número de
oportunidades. Logo, concluiu o IBGE que muitos brasileiros não entram nas
estatísticas, como desempregados por deixarem de procurar trabalho.
Conforme um levantamento de dados
da Fundação Getúlio Vargas (IBRE), o contingente da população que não trabalha,
nem está buscando emprego, é formado principalmente por jovens. Ou seja, 90%
dos trabalhadores que se retiraram do mercado de trabalho têm entre 15 a 24
anos. Nos últimos anos, a população economicamente ativa cresceu. Mas, o número
de desocupados tem diminuído nas seis regiões metropolitanas incluídas na
Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE.
Em resumo, na hipótese de que seria
uma boa notícia se estiverem saindo do mercado de trabalho para estudar. Porém,
o último censo educacional divulgado no mês passado revelou até que foi
reduzido o número de alunos no ensino básico e pouco cresceu no ensino médio.
Na hipótese pessimista seria que a maioria deixaria de trabalhar para ficar
ociosa, ora vivendo de parcos recursos do Programa Bolsa Família, ora indo para
o mercado de trabalho subterrâneo ou ilegal. Certamente, haverá alguma pesquisa
sobre este “freakconomics” brasileiro (tradução literal de economia esquisita
para esta justaposição).
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