28/07/2012 - SUPERSALÁRIOS
Quem quiser saber onde se
encontram os maiores salários no Brasil na área pública pode consultar a
internet, visto que a Lei de Acesso à Informação impôs a sua divulgação. Antes
eram conhecidas as artimanhas adotadas no contracheque, quando milhares de
servidores públicos driblavam os cerca de R$25 mil, salário teto fixado por
lei, do presidente da República e membros do Supremo Tribunal Federal. Como se
burlava, continua sendo feito. Existe no contracheque o salário base mais as
vantagens do cargo ou função, tais como comissão, gratificação, verbas de
representação, hora extra, diárias para viagens, abono de permanência, dentre
outras rubricas. Fica ainda evidenciado que muitas dessas rubricas não recebem
a incidência do imposto de renda, como exemplos as diárias e verbas de
combustíveis para transportes. Referidos privilégios ocorrem no Congresso, no
Poder Judiciário, no Executivo, nos 27 governos estaduais e 5.565 prefeituras.
Portanto, tem muita gente com grandes privilégios. Não se tem instrumento legal
para evitar referidos abusos. Em 1989, Fernando Collor foi eleito com a principal
bandeira de combater os chamados, na época, de marajás, incrustados no
Judiciário. Assumiu em 1990, depois de 30 meses de mandato, provocou um sistema
dos mais corruptos já visto, sofrendo processo de sua “demissão”, o que
culminou com sua renúncia e direitos políticos suspensos por 8 anos. Na
verdade, é comum que um político brasileiro tenha um discurso, mas depois de
eleito, exerce o mandato como corrupto ou faz o inverso do que prometia
combater.
No atual momento, encontra-se
divulgados marajás percebendo R$200 mil, como estão juízes de Minas Gerais.
R$35 mil, R$50 mil, R$100 mil, ou outro valor acima de R$25 mil é possível se
constatar em todos os Estados. Recentemente, o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ayres Brito, esteve com a presidente Dilma, reivindicando
elevação salarial para o Judiciário, alegando que há grande defasagem salarial,
pela falta de reajustes de vários anos. A propósito, os ministros do STF
percebem por volta de R$50 mil. Há um agravante nisso tudo, milhares de
servidores não querem perder os privilégios do contracheque, não se
aposentando. Tremendo ônus é pago pela sociedade.
Não é sem motivo que existe uma
‘indústria’ de concursos públicos. Grande parcela dos jovens brasileiros almeja
ter emprego público, visto que adquire estabilidade, bom salário e dizem
trabalhar pouco. Dessa forma, a máquina pública é inchada. Quem examina as
contas públicas observa que o gasto público em dezenas de anos cresce a uma
taxa maior do que o incremento do PIB.
O referido presidente Fernando
Collor, em 1990, assumiu a presidência, extinguindo e fundindo vários
ministérios. Por exemplo, foi criado o Superministério da Economia, enfeixando
o Ministério da Fazenda, do Planejamento, Indústria e Comércio. Porém, no
exercício do mandato, Collor criou ministérios e também inchou a gestão
pública.
Comentários
Postar um comentário