22/08/2012 - SEC A SEVERA E ECONOMIA



Seca nos Estados Unidos foi a mais severa em cinco décadas. A repercussão é mundial. Para os países que são importadores americanos, as dificuldades serão enormes, principalmente para os países africanos e asiáticos, importadores de grãos. Os produtores dos principais grãos cultivados no Brasil, soja e milho, os quais esperavam ter em 2012 um ano complicado, visto que a estiagem na região Sul resultou em quebra de safra raramente observada, no entanto, observaram que nos EUA aconteceu um desastre. Para a soja, a queda foi de 12% na produção, a maior em duas décadas, representando 9 milhões de toneladas em relação a safra anterior, perdas estimadas em R$7 bilhões. No entanto, a seca fez os EUA perderem dois terços da sua produção. Assim, desde o fim de 2011, o preço da soja subiu mais de 60%. Pela primeira vez, a safra de soja brasileira poderá se equiparar a produção americana. A recente valorização do dólar em relação ao real também beneficiou os exportadores de soja. Os ganhos só não serão maiores pelos gargalos da logística nacional. Faltam estradas e portos adequados. O desperdício de grãos é de cerca de 30% no transporte, o que é um espanto. Para o milho, a redução na safra também correspondeu a 12%, mas correspondeu a 46 milhões de toneladas. Para o trigo, a queda foi ainda maior. Porém, não pode ser comparada com a safra brasileira, já que o País nunca deixou de importar trigo. Dessa forma, para os produtores brasileiros, a alta nas cotações de grãos trouxe ganhos inéditos. As estimativas dos ganhos dos exportadores brasileiros de soja e milho são estimadas em aproximadamente de R$6 bilhões. Existem ganhos da produção de algodão e de outros produtos agrícolas de exportação.

O resultado geral é de que as elevações de preços terão efeitos inflacionários em todo o mundo. Tais efeitos serão inibidores de maior crescimento do PIB mundial.

Na economia brasileira, os ganhos dos produtores de grãos não compensam as pressões inflacionárias. Na verdade, privatizam-se lucros e se generalizam perdas.

Os produtos agrícolas são inelásticos, interessando aos produtores aumentos de preços, o que está ocorrendo. Entretanto, não é bom para o conjunto, no geral.

O fenômeno da seca é muito comum no Hemisfério Sul. No entanto, diante do quadro recessivo do Hemisfério Norte, nos EUA, a recuperação da economia mundial ficará mais demorada. A retração que começou em 2008 é a maior desde a Grande Depressão de 1929.

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