13/08/2012 - CENTRAIS SINDICAIS APOIAM GREVES
Até dois dias atrás 30 categorias
de funcionários federais estavam paralisadas. O cálculo é de 300 mil servidores
parados ou em operação padrão. São ligados 180 mil a Central Sindical e
Popular, Coordenação Nacional de Lutas (CSP-Conlutas), órgão dos partidos de
esquerda PSOL e PSTU. Já 80 mil são ligados à Central Única dos trabalhadores
(CUT) e 40 mil não são ligados a centrais sindicais. Ontem, as cinco maiores centrais da espécie divulgaram
apoio às greves que estouram em dezenas de órgãos do governo federal. O
documento foi assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força
Sindical (FS), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical
(NCST) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). É a maior
onda de greves desde que o PT assumiu a direção do País.
O casamento da União com as
centrais sindicais parece ter chegado a um fim. A cada dia o efeito dominó das
paralisações atinge a direção nacional. Em ano de dificuldades econômicas, a
presidente Dilma resolveu endurecer o jogo. Cortou o ponto de grevistas,
ameaçou substituí-los por outros profissionais e ingressou na justiça para a
manutenção dos serviços essenciais. O aparato que deu legitimidade ao governo
de Lula, não dará ao governo de Dilma. Lula foi muito habilidoso no trato com
os sindicalistas, nomeando as principais lideranças em cargos governamentais.
Quando assumiu a presidência, Dilma dispensou esse pessoal.
A greve do funcionalismo federal
de professores universitários, servidores das faculdades públicas, agentes,
escrivães, papiloscopistas da Polícia Federal, fiscais da Receita Fazendária,
da Agência de Vigilância Sanitária, dentre outros, estão levando o governo
federal a mudar de postura. Agora já admite que vai abrir os cofres em
negociação com as diferentes categorias. Mas, quer fazer isto com o menor
impacto possível nas contas, oferecendo reajustes parcelados e por categorias.
A intenção governamental é inspirada em Maquiavel. Isto é, de dividir o
movimento sindical para neutralizá-lo.
O movimento sindical exige que o
governo regulamente a Convenção 151 da Organização Internacional de Trabalho,
tendo em vista estabelecer o direito de negociação do servidor público e
fixação da data base para os servidores federais.
Como se vê, o estilo de Dilma não
pode afastar-se muito do seu patrono Lula. Afinal, ela é candidata à reeleição.
Agora que ela é mais dura não se pode negar.
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