02/08/2012 - RECUPERAÇÃO LENTA
Resultados do desempenho
industrial em junho voltaram a frustrar as esperanças da gestão econômica de
retomada na produção. Por isso mesmo, fala-se em novos incentivos. Mais do
mesmo remédio, que se tem mostrado inadequado ao recobro industrial. O IBGE divulgou
que a produção industrial subiu 0,2% em relação a maio, quando foram fortemente
subsidiados os segmentos automobilísticos. Vê-se que não é por aí, até porque
as montadoras ameaçam por demissões e, em represália, o governo fala em
retirada das vantagens anunciadas. Aí, então, seria o pior dos mundos. A
análise do semestre é de uma queda de 3,8% no indicador industrial, em relação
ao igual semestre de 2011. Em relação a junho do mesmo mês do ano passado, o
tombo é de 5,5% no citado índice, sendo o pior resultado desde setembro de
2009. A maioria dos segmentos industriais queimou estoques, reduzindo níveis de produção. O segmento de bens intermediários,
o maior da indústria, agregando metalúrgicas, produtores de celulose, de
borracha e de plástico continuam em queda. Na avaliação do Ministro da Fazenda,
Guido Mantega, comemorando 0s 0,2%: “a produção está dando uma virada, depois
de um crescimento negativo por vários meses consecutivos. Daqui para frente
vamos ter resultados melhores”. Técnicos do IBGE discordam do exame em tela.
Para André Macedo, coordenador da pesquisa industrial do IBGE, os dados revelam
um comportamento negativo do setor industrial: “Até mesmo em comparação de
junho perante maio há um predomínio de taxas negativas. São 15 das 27 atividades
em queda”.
A venda de automóveis bateu
recorde em julho. Porém, isto não autoriza dizer, a priori, que o desempenho
industrial foi ainda melhor. É preciso ver como se comportaram os 27 segmentos
industriais pesquisados em julho. Os representantes da área se preparam para
melhores resultados em agosto, pleiteando a permanência dos incentivos.
O BNDES reduziu a taxa de juros
do seu cartão de crédito, de 0,97% para 0,91%, sendo a primeira queda desde
outubro de 2011. O crédito imobiliário continua escancarado. Enfim, continua a
política econômica de mexer em áreas pontuais, enquanto a situação piora
sensivelmente. Por exemplo, o resultado da balança comercial apresentou
superávit de US$10 bilhões. As perspectivas são de necessidades de pelo menos
US$50 bilhões para fechar o balanço de serviços, algo inalcançável. Se for o
dobro, US$20 bilhões, a dívida externa terá de crescer pelo menos US$30 bilhões
para tal fim.
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