07/08/2012 - SALÁRIO MÍNIMO
O governo ditatorial de Getúlio
Vargas, em 1940, fez a sua maior demonstração do populismo. Isto é, a doutrina
de antecipar a conquista popular com a instituição de uma benesse vinda da
gestão federal. Vargas era chamado de ‘pai dos pobres’. Assim, instituiu o
salário mínimo. A esse respeito, a teoria econômica neoclássica considera o
salário mínimo uma intervenção indevida do Estado na ordem econômica. A teoria
econômica keynesiana, que defende a intervenção do Estado na economia, visando
corrigir distorções, defende o salário mínimo. A teoria econômica marxista
defende que todo o lucro componha o salário. Para Marx, lucro é salário não
pago. Antes de instituir o salário
mínimo, o governo de Vargas mandou fazer ampla pesquisa, definindo a cesta
básica, que permanece até hoje como cesta, embora modificada às condições
atuais, para servir de subsistência para uma família de 4 pessoas. Lembre-se
aqui o que disse Leonardo da Vinci sobre como se instrumentar a teoria
econômica: “a pesquisa nunca nos engana”.
Atualmente o salário mínimo é de
R$622,00. O Departamento Intersindical de Estatísticas Econômicas e Sociais
(DIEESE), órgão mantido por sindicatos dos trabalhadores, acompanha a cesta
básica e o salário mínimo no curso da história. Ontem, o DIEESE divulgou o que
seria o salário mínimo, em julho, segundo suas pesquisas: R$2.519,97. Vale
dizer, o salário atual deveria ser 4,05 vezes maior do que o piso vigente,
segundo o DIEESE.
A Constituição estabelece que o salário mínimo devesse ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência de uma família com 4 membros. Nos anos de 1940, 4 familiares era pouco, mas hoje é muito, devido ao fato do planejamento familiar ser uma realidade. Talvez 3 membros esteja mais próximos do número de familiares para viver com o salário mínimo. Então, ele seria de R$1.866,00.
Sem dúvida que o salário mínimo é
muito baixo para uma família. Contudo, o empresário desembolsa mais 102% de
encargos sociais e fiscais ao governo, que deveria prestar muitos dos serviços
acima ao trabalhador e não o faz ou, se o faz, é de forma precária. O número de
102%, que leva o dispêndio salarial mínimo para R$1.256,44. Isto é, 67% do
valor para uma família com 3 pessoas. Enfim, os autores divergem muito do
percentual dos encargos, há na literatura cálculos que vão de 30% a 180%, em
termos redondos. Os 102% consta dos escritos do professor da USP, José Pastore.
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