04/08/2012 - CAUTELA DO CONSUMIDOR
Pesquisa recente da Fundação
Getúlio Vargas (FGV) sumariza que 54% das famílias brasileiras se encontram com
a renda comprometida em até 50%. Para a FGV isto representa elevado grau de
endividamento para muitos dos brasileiros, até pouco tempo não era superior a
30% este limite de comprometimento. Convém lembrar que, por exemplo, uma das
diretrizes do crédito imobiliário brasileiro é de que a parcela de amortização
não ultrapasse a 30% da renda do tomador do crédito. Referido patamar para a
maioria da população nacional leva a FGV acreditar que referido patamar de
dívidas esta levando a que as famílias estejam agora com mais cautela em novas
compras e em assumir novos débitos, até porque os analistas de crédito os estão
alertando ou não estão aprovando maior grau de endividamento. A situação vai de
encontro às medidas de estímulos do governo ao maior consumo como forma de não
vir a ser muito atingido pela crise econômica.
O levantamento revela que, na
média geral do País, para 29,2% dos consumidores o gasto com compras a crédito
compromete até 10% da sua renda familiar mensal. Outras 24,8% das famílias têm
compromissos da renda entre 11% até 50%. No entanto, apenas 3,3% parcelaram
débitos de endividamentos entre 51% a 100% do orçamento. Menos de 1% tem
compromissos que superaram a renda mensal. A quem pergunta isto, a resposta é
de que as financeiras concorrem entre si e não sabem como estão endividados
seus clientes. Sabem, sim, quando eles estão em atraso ou são protestados ou
são executados.
Notícias veiculadas diariamente
dão o tom de alarme da situação europeia, da inibição do crescimento americano,
do baixo desempenho da economia brasileira, do aumento do nível de
manifestações de rua em muitos países, cotidianamente, de conflitos que estão
reduzindo gastos dos governos autônomos, de corte de salários dos funcionários
públicos na Europa, aumento da idade para aposentadorias, bem como nenhuma
notícia de quer a crise econômica que começou em 2008 está para se findar,
estão levando a outrora ‘despreocupada’ população brasileira a frear seus
anseios de consumo.
Por ironia, nunca as taxas de
juros estiveram tão baixas para o crédito, assim como o esforço da equipe
econômica tem sido de que elas baixem ainda mais, para elevar o consumo das
famílias. Parece que o governo terá que buscar outra solução, visando retomar
as melhores taxas de crescimento econômico.
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