26/08/2012 - DESEMPREGO DIFERENCIAL



O retrato fiel da gravidade da crise econômica atual, a maior desde 1929, espelha-se nos índices de desemprego em todo país que se preza de bom órgão de estatística. O desemprego é medido mensalmente, como taxa de desemprego aberto sobre a população economicamente ativa (PEA). O desemprego disfarçado é o do subempregado ou o do trabalhador informal, que não são captados pelas estatísticas.

Os Estados Unidos, a partir de 2008, verificou um crescimento fora do comum da sua taxa de desemprego, passando de 4%, em 2004, para cerca de 10%, em 2010, associada diretamente à redução do ritmo de investimento do seu PIB. De 2011 para cá, ela começou a cair lentamente, ao ponto do mundo acreditar que, em 2012, seria marcado o recobro do crescimento mundial de grande parte da primeira década deste século. No entanto, decorrido o primeiro semestre de 2012, a recuperação americana não foi suficiente para que o desemprego descesse de 8%.

A União Europeia, que representa a segunda lança avançada do capitalismo, já apresentava em 2008 taxa média de desemprego em 30 países acima de 10%. Todavia, a expectativa para 2012, de que haveria recuperação, viu-se muito frustrada, fato comprovadamente pelo agravamento da crise europeia. No primeiro semestre deste ano, o pior desempenho se verificou na Espanha, com taxa de 24,4%. Entre a sua população com idade entre 15 a 25 anos, desemprego é de 52,8%. O descontentamento parece nunca ter sido pior em período democrático. Segue-lhe, em ruindade, a Grécia, com desemprego de 22,6, sendo que para os habitantes com idade entre 25 a 35 anos, referida taxa passou de 42% no citado período. Praticamente, os países europeus continuam com desemprego acima de 10%, bem como recessão persistente, à exceção da Alemanha.

Os países emergentes, que apresentavam taxas altas de crescimento do PIB, durante estes cinco anos de dificuldade, recuaram bastante. Por exemplo, a China, que vinha a 10%, passou para um pouco mais de 7% de incremento do PIB. Enfim, a crise prolongada é a maior desde 1929. Nenhum emergente chega perto da China. No pior perfil, o Brasil perdeu o ímpeto de crescer por volta de 5% anuais. Em 2011, retrocedeu para 2,7%. Neste ano, a perspectiva é de PIB aumentando entre 1% e 2%. O agravamento das condições externas prostrou também o País. Desde 2011 que o governo federal vem adotando mais dez conjuntos de medidas de incentivos ao retorno ao crescimento. Porém, a reação da economia brasileira é ainda tímida. A redução do IPI para automóveis e para eletrodomésticos se esgotou no dia 24 passado. No entanto, o governo resolveu prorrogá-la por mais dois meses, visto que ela reverteu um pouco a tendência de queda da indústria. Todavia, resultados expressivos ainda são esperados. O certo é que é preciso fazer as reformas estruturais na economia, as quais a cerca de 10 anos os governos do PT relutam em fazê-la e parecem que estão perdendo o bonde da historia.

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