28/06/2020 - TRABALHO CONTRA E A FAVOR




Os economistas, de uma maneira em geral, dividem-se em desenvolvimentistas (segundo eles) e liberais (segundo eles também). Na expressão de hoje, de Marcos Lisboa, que foi Secretário de Política Econômica, no primeiro mandato de Lula (2003 a 2006, tendo ele saído antes de terminar): “O debate econômico usualmente contrapõe desenvolvimentistas, que defendem maior participação do Estado, e liberais, que criticam o tamanho excessivo do setor público e suas intervenções fracassadas. Por um lado, o Estado tem o papel de garantir a igualdade de oportunidades e promover o bem comum. Por outro, a tentativa do governo de estimular o desenvolvimento, por meio de estatais ou de subsídios ao setor privado, foram mal sucedidas nesta última década. Esse debate, no entanto, ignora um aspecto essencial: a ineficiência do setor público no Brasil. O governo gasta mais do que outros países emergentes, mas os resultados decepcionam. Apesar da despesa com a educação ter aumentado de 3.9% do PIB em 2000 para 6,2% em 2015, continuamos com baixos indicadores de aprendizado no ensino médio”. O artigo dele, na Folha de hoje tem como título: “Qual Estado?”. Justamente, neste domingo, no qual a Folha relata pesquisa na qual 75% dos brasileiros declararam que “Apoio à democracia bate recorde diante do risco Bolsonaro”. Aqui tem o exemplo do trabalho contra, já que está morrendo de medo de que o País retorne a uma ditadura, embora o presidente afirme que é democrata. Então, a questão política está se sobrepondo à questão econômica e isto é do contra.

A favor teve-se quando o Lula, magistralmente orientado, em 2002, disse em carta, que iria respeitar os contratos e assim o fez. O País decolou. Só não foi melhor porque Dilma lhe sucedeu e no seu voluntarismo, praticou trabalho contra, colocando o Pais neste inferno de inconsistências da política macroeconômica. Temer corrigiu algumas coisas, mas fracassou quando vieram denúncias contra ele de corrupção. Jair Bolsonaro começou bem, com a reforma da Previdência. Mas, enfrenta a pandemia do novo coronavírus, que o deixou atado na política econômica. O governo já liberou por volta de R$400 bilhões para salvar a economia e, mesmo assim, o País irá registrar a pior taxa de crescimento do PIB da história: em torno de 10% neste ano de 2020.

Em vista do exposto, a pergunta “Qual Estado?” Sugere uma resposta, a de que, cessado o isolamento social contra a citada pandemia, o Estado que conseguir aprovar as reformas e atrair novos investimentos poderá ser bem sucedido. Com ou sem Jair.

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