10/06/2020 - POPULISMO EM RETORNO




A agenda do governo federal é anunciada a cada reunião ministerial, que se dá uma por mês, aproximadamente. Na reunião de ontem o Ministro da Economia desfiou os valores bilionários dos quais o governo central está se comprometendo a realizar, afirmando que o gasto público no combate à epidemia do novo coronavírus, já ascende a R$900 bilhões. Os dados de contaminações e mortes não param de crescer, ainda não tendo atingido o pico de contágios, razão pela qual continuará o isolamento vertical e a desativação de grande número de segmentos produtivos. Não se sabe ainda de quanto será o déficit primário, sendo conhecida a estimativa do número do recuo da economia, adiantado pelo Banco Mundial, de - 8% do PIB neste ano.

O governo de Jair Bolsonaro passou um ano e meio, dizendo que não faria um governo de cooptação ou coalizão política. No entanto, criou atritos em muitas áreas sociais e políticas, incitando inimigos e criando novos. Ele mesmo, já saiu do partido que o elegeu (PSL), ficando sem partido. A Câmara Federal já recebeu 30 pedidos de impeachment do presidente da República. O presidente da Câmara se refere que ainda não é o momento de colocar em pauta o seu impedimento. Mas, tudo faz crer que colocará em algum momento. O governo federal, então, tem se aproximando de cooptação de políticos do “centrão” político, que tem mais de 200 deputados (a Câmara Federal tem 513 membros), ofertando cargos na máquina pública federal. Embora eleito por mais de 50% dos brasileiros, nas pesquisas do Instituto Datafolha, o presidente tem 30% do apoio da população, outros 70% lhe tem sido hostis ou indiferentes.

Em razão do exposto, o governo federal procura se aproximar de grande parcela dos 70% em referência, anunciando a ampliação do Programa Bolsa Família, que mudaria de nome, para Bolsa Renda (ou outro nome, a ser divulgado). Recorde-se aqui que, em campanha, Bolsonaro anunciou que daria o 13º salário aos beneficiários do Bolsa Família em 2019 e cumpriu. Mas, parece que só foi para o ano passado. Em campanha, também, Bolsonaro chegou a anunciar que manteria o citado Programa e de que poderia até aumentar o valor do benefício. Depois voltou atrás, em 2018.

O presidente Bolsonaro está indo direto para o populismo, na chamada política da “moda antiga”. Só para citar, FHC (1995/2002) criou o Programa Bolsa Escola; Lula (2003/2010) ampliou e mudou de nome para Bolsa Família; Dilma (2011/2016) continuou com o Programa Bolsa Família; Michel Temer (2016/2018) reduziu o Programa em tela; Bolsonaro está querendo ampliá-lo, lançando-o como Bolsa renda como um bote salva-vidas.

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