23/06/2020 - RETRAÇÃO RECORDE EM ABRIL
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou ontem o Monitor do
PIB-FGV de - 9,3% em abril, em relação a março. Já na comparação com abril do
ano passado, a queda foi ainda maior, de 13,5%. No trimestre móvel, fechado em
abril, a retração foi de 6,11%, em relação ao trimestre encerrado em março.
Conforme a FGV, o recuo de abril foi recorde tanto na comparação com março,
quanto na interanual, motivado pelo isolamento horizontal adotado para o
combate à pandemia do covit-19. Números assim jamais foram vistos na história das
estatísticas do IBGE, porque foram disseminados em diversas atividades e
componentes da demanda.
O setor industrial caiu 15,7% em abril, sendo o segmento mais
sentido o da indústria de transformação -24,3%; seguido pela construção, - 11,7%.
O setor de serviços recuou 7,3%, principalmente – 18,3% no comércio; - 5,1% no
transporte e de – 14% de outros serviços.
Pela ótica da demanda agregada, os investimentos, tidos pela
formação bruta do capital fixo, recuaram 23%. O consumo das famílias – 7,7%.
Para o economista Cláudio Considera, coordenador do referido
Monitor: “Em um país que, após três anos de fraco crescimento, ainda não havia
conseguido se recuperar da última recessão, finda em 2016, que causou uma
retração de 8,1% do PIB ao longo de 11 trimestres, o resultado de 9,3% do PIB
em apenas um mês, registrado em abril não é nada animador e só evidencia os
enormes desafios que serão enfrentados pela economia no decorrer de 2020”.
Em resumo, os dados do Monitor do PIB de abril vieram piores
do que os de março. O que dizer de maio, que tem ainda um dia a mais e a situação
têm sido mais apertada no isolamento social?
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