30/11/2018 - DESEMPREGO RECUOU PARA 11,7%




De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, no trimestre encerrado em outubro, o mercado de trabalho voltou a gerar vagas na reta final do ano, mas ainda concentrado na informalidade. A taxa de desemprego caiu 0,6% em relação ao trimestre encerrado em julho, indo para 11,7%. Conforme a referida pesquisa do IBGE foram criadas 1,240 milhão de vagas e foram demitidos 58 mil trabalhadores com carteira assinada no setor privado no último trimestre. Cerca de um ano a taxa estava por volta de 13%. Aproxima-se de 2 milhões o retorno ao emprego em relação a mais do 6 milhões que foram demitidos depois de 2014.

Os sinais dos mercados de trabalho são de melhoras relativamente pequenas. Porém, quase todos estão aguardando a nova política econômica do governo de Jair Bolsonaro, a partir do próximo ano. A esse respeito, o artigo de hoje, do economista Armando Avena, no jornal Correio da Bahia, assim se refere: “Em 1969, um grupo de economistas da Universidade Católica de Santiago do Chile, que haviam feito pós-graduação e se correspondiam com a Universidade de Chicago, elaborou um plano econômico, para Jorge Alessandri, candidato a presidente do Chile. Mas, a eleição de 1970 teve como vencedor Salvador Allende, que tentou implantar um programa de governo com viés socialista e que resultou num violento golpe de Estado que derrubou o governo de Unidade Popular, colocando os militares no poder. Meses antes, o mesmo grupo de economistas havia concluído um documento que ficou conhecido como ‘el ladrillo’ e que foi entregue a Junta Militar que tomou o poder. ‘El ladrillo’, que significa algo como ‘tijolo maciço’, foi assim chamado pois tratava-se de uma mudança maciça, um tijolaço, com o objetivo de destruir todo aparato socialista implantado no governo anterior e de proceder a uma modernização ultraliberal da economia chilena. Esse programa econômico baseado nas idéias dos economistas da Universidade de Chicago foi implantado quase que integralmente e, mesmo após a queda da ditadura militar, os governos que a sucederam, inclusive os de viés de centro esquerda, mantiveram suas idéias centrais de cunho nitidamente liberais. ‘El ladrillo’ é a bíblia do novo ministro da Economia, Paulo Guedes, e da competente equipe de economistas que ele montou, e sua implantação, adaptada para a realidade brasileira, vai fazer com que o País experimente pela primeira vez um programa econômico de caráter ultraliberal. A economia brasileira é excessivamente fechada, com baixo nível de trocas internacionais, excessivamente regulada e burocratizada, com forte intervenção estatal e enorme desequilíbrio nas finanças públicas.”

Por oportuno, ontem mesmo, Paulo Guedes anunciou que a privatização de empresas estatais escolhidas poderá gerar R$802 bilhões, além de mais R$800 bilhões de terceirizações e cortes de gastos. Portanto, será atacado o maior problema, de déficit primário acumulado desde 2014 em cerca de R$550 bilhões. Os recursos serão usados para reduzir a dívida pública e gerar folga para investimentos em infraestrutura. Ademais, serão feitas as reformas da previdência social e a tributária, dentre outras, consoante esperam os mercados.

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