04/11/2018 - SAÚDE PÚBLICA INSUFICIENTE
A Constituição de outubro de 1988 instituiu a saúde pública
universal no Brasil. Todos os cidadãos têm direito a ter acesso à saúde
pública. Entretanto, a saúde pública é uma calamidade no Brasil. O acesso é dificílimo
ao ponto de que o gasto com o segmento de saúde privado é maior do que o gasto
com o sistema público. Por oportuno, a Secretaria do Tesouro Nacional divulgou
o relatório de Aspectos Fiscais da Saúde no Brasil, uma compilação de dados do
Banco Mundial. Os gastos com a saúde pública brasileira corresponderam a 3,8%
do PIB, em 2015. O País se encontrava em 64ª posição em despesas da área,
quando examinados 183 países. Ligeiramente acima da média da América Latina e
região do Caribe, que é de 3,6%. O Brasil está abaixo dos países desenvolvidos,
que aplicam, em média, 6,5% do PIB em saúde pública. Extraído do citado
relatório: “Constata-se que a despesa pública em saúde no Brasil está em
patamar mediano em comparação com a média internacional, mas relativamente
inferior ao volume de recursos empregados nos sistemas de saúde universais de
países europeus, como Reino Unido e Suécia, que apresentam boa qualidade”.
Naqueles países desenvolvidos o gasto público é superior ao gasto privado em
saúde.
O documento revela que a relação entre a despesa federal
primária com saúde e a receita corrente vem subindo continuamente, passando de
6,7%, em 2008, para 8,3% em 2017. No último exercício o gasto primário da União
com a saúde totalizou R$117,1 bilhões, correspondentes a 1,8% do PIB no ano
passado.
Nos últimos dez anos, o aumento real acumulado é de 31,9% na
área, mas não foi suficiente para colocar o Brasil no patamar dos países
desenvolvidos. O que tem ocorrido é a elevação dos custos acima da inflação e o
envelhecimento da população, a pressionar a melhoria e mais recursos para a
saúde pública.
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