05/11/2018 - FALTA DE COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA




De 1500 a 1930 a parte predominante da economia fora dirigida pelo setor primário exportador. O modelo analítico é chamado pelos historiadores de Modelo Primário Exportador. Desde a colonização que aqui se montou um sistema de grandes propriedades rurais, em plantações de monoculturas, tais como açúcar, ouro, pecuária, café. Em 1703, pelo Tratado de Metheun, entre Portugal e Inglaterra, fora proibida a indústria de desenvolver-se em território brasileiro. A partir de 1930 até 1990 a indústria que iria surgir fora, de formas mais fáceis para as mais difíceis, substituindo importações e, de forma inversa, par chegar à grande indústria competitiva. Mas, não chegava a maior parte dela ao citado objetivo. A “proteção” estatal viciou os industriais e estes não se tornaram bem competitivos. Em 1990, o governo de Fernando Collor acabou com grande parte da proteção industrial, fazendo uma abertura para o comércio internacional. No entanto, tanto atraso nunca propiciou, de uma forma em geral, uma industrialização autossustentada. Data da década de 1990 a queda do PIB industrial e de novo a ascensão do PIB do agronegócio.

Nos últimos 20 anos, os produtos manufaturados, que representavam 55% das exportações em 1997, foram ultrapassados por produtos básicos, como minério de ferro, grãos e carnes. Atualmente, os itens industrializados respondem por 37% do total exportado. Entre os motivos que explicam essa substituição está a ausência de mão de obra qualificada e a infraestrutura deficiente.  Indústria nacional menos competitiva também é a causa do aumento das importações de produtos intermediários, como peças e insumos para as manufaturas. A China é o maior parceiro comercial brasileiro, responsável pelos dois movimentos do País ser o comprador de commodities e de ser o vendedor de quase 100 bilhões de dólares em bens intermediários que o Brasil consumiu em 2017.

O novo presidente eleito, Jair Bolsonaro, fez declarações de que a China não deveria comprar terras brasileiras, nem investir em áreas estratégicas. Porém, hoje mesmo o embaixador chinês esteve com ele e provavelmente ele terá que melhorar o discurso, senão o prejuízo será enorme. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tenciona nova política industrial que estimule o desenvolvimento tecnológico e não benefícios protecionistas para a indústria. Ainda hoje veio à imprensa os presidentes dos conselhos de administração do maior conglomerado bancário nacional, Itaú e Unibanco, de que confiam no crescimento da economia brasileira e irão partir para a internacionalização de suas atividades, o que poderá auxiliar na cobertura da balança comercial e continuidade de saldos positivos no comércio mundial.

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