03/11/2018 - TRABALHO INFORMAL




Você passa por cada esquina ou por lugar bem visível e lá está um cidadão, que você viu um dia em emprego com carteira assinada, trabalhando por conta própria. Você também observa que aumentou o número de pessoas na rua fazendo “bico”. Quando não você se assusta com o número de pessoas que foram e estão na marginalidade do crime, da corrupção, do estelionato e por aí vai. Por que esse grupo cresceu tanto? Só em uma resposta: recessão (2014-2016), sucedida por estagnação (2017-2018). É verdade que em 2017 o País cresceu 1%. Também é verdade que neste ano crescerá por volta de 1%. Porém, vem da maior recessão da história, contada em meses. Portanto, estagnação ainda é nome melhor do que recuperação ou saída do poço, mas na beirada.

Vem a Folha de São Paulo de hoje, na capa, afirmar que “Informais já são 43% dos ocupados, um recorde”. Conforme o IBGE, em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, referente ao mês de setembro, incluído como do terceiro trimestre deste ano, o número de cidadãos empregados, o que se chama de população economicamente ativa, era de 92,6 milhões, número que se aproxima cada vez mais a 40% da população nacional, número este que vai ainda se reduzir porque o País está envelhecendo e não voltará mais ao passado de maioria de jovens, mas terá ainda cerca uma década de bônus demográfico. É ir com tudo na próxima gestão, para conseguir uma renda per capita superior a US$16 mil, que é o que a Organização das Nações Unidas considera como país desenvolvido.

O retrato de 39,7 milhões de trabalhadores informais, conforme o IBGE. Arredondando, 40 milhões. Mais 92,6 milhões de empregos. Arredondado 100 milhões. Somando, 140 milhões, de uma população se avizinhando a 210 milhões. Ou seja, dois terços. É o jogo para elevar o PIB do potencial de 2% para 4%, como já revelou fazer na década passada. Querer repetir o feito da década de 1970, crescer acima de 10%, foi uma verdade que a dívida externa cresceu acima desse patamar. Logo, o choque do petróleo derrubou referido élan. Agora, é usar a poupança nacional em ritmo de desenvolvimento. Tem sim, está aplicado dinheiro no mercado financeiro e no tesouro direto. A revista Exame declarou outro dia que o grupo Votorantim tem R$20 bilhões em caixa, para novos projetos.

“Mãos à obra”.


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