29/10/2018 - COMPROMISSOS DE BOLSONARO
Jair Messias Bolsonaro foi eleito com mais de 55% dos votos,
representando quase 58 milhões de cidadãos. Sua posição na economia é de defesa
do liberalismo econômico. Escolheu para seu Ministro da Fazenda, Paulo Guedes,
um antigo keynesiano, isto é, defensor do Estado intervindo na economia, formado
pela Fundação Getúlio Vargas como economista. Tornou-se doutor em economia pela
Universidade de Chicago, quando se fez um ultraliberal.
Assim, o presidente pretende fazer as reformas estruturais do
País. Em primeiro lugar está a reforma da previdência social. Hoje os seus
gastos tomam 60% do orçamento federal. Difícil. Será o seu primeiro teste.
Poderá ainda fazer com que Temer leve a plenário o projeto que está no
Congresso. Os capitalistas acreditam ser este o primeiro caminho. Precisará de
dois terços do Congresso Nacional. Segundo, a reforma do Estado, mediante fusão
e redução de ministérios, através de projeto de lei. Terceiro, reforma
tributária, a mesma dificuldade da reforma da previdência. Quarto, a reforma do
comércio exterior, fazendo acordos bilaterais, através de projeto de lei. Quinto,
a privatização de empresas estatais, por meio de projeto de lei. Sexto, imposto
de renda com alíquota de 20% tanto para pessoas físicas como jurídicas. Sétimo,
a demarcação de terras indígenas, fazendo-as produtivas, através de decreto.
Oitavo, na segurança pública, através de decreto. Nono, a redução da maioridade
penal, através de emenda constitucional. Décimo, a reintrodução de cursos de
educação moral e cívica, mediante projeto de lei. Décimo primeiro, a
independência do Banco Central, por decreto. Décimo segundo, a impunidade
acabar, levando a reforma do Código Penal. Décimo terceiro, combate intenso à
corrupção, fazendo cumprir a lei. Décimo quarto, apoio inconteste da operação
Lava Jato, levando a que todos os envolvidos sejam julgados. Entretanto, o
maior problema governamental será acabar com o déficit primário que, em 2014
fora de R$23,4 bilhões; em 2015, R$120,5 bilhões; em 2016, R$161,2 bilhões; em
2017, em R$124,2 bilhões; em 2018, a previsão é de R$129 bilhões; para 2019, a
previsão é de R$218 bilhões. Este último número Bolsonaro tem declarado que irá
reverter no ano de 2020, além do déficit ser bem menor em 2019.
O jornal Estado de São Paulo de hoje traz artigo de Chico
Graziano, doutor em economia, no qual ele se refere: “Entre os mil municípios
com maiores IDHs do País, Bolsonaro venceu em 967, enquanto Haddad conquistou
33. Já nas mil cidades menos desenvolvidas, Haddad ganhou em 975 e Bolsonaro em
25”. Que conclusão daí extrair?
O voto é obrigatório no País. Contudo, a alienação foi de
aproximadamente 29%, composto de votos inválidos, que ficaram em 6%; brancos e
nulos em torno de 10%; não votaram aproximadamente 13%.
Comentários
Postar um comentário