25/10/2018 - INTERESSE ESTRANGEIRO EM INFRAESTRUTURA




O interesse do capital estrangeiro em infraestrutura se deve exclusivamente ao fato de que ela é área de órbita do monopólio. O capital monopolista fixa o preço que quer, se não houver a atuação do governo, ele cobra o máximo que puder. Sem lucro, o monopólio não fica produzindo, a não ser que cubra os custos fixos, parte dos custos variáveis e na esperança de ter lucro. Se não obtiver sai fora. A situação do monopólio é a de uma empresa que é a única vendedora de um produto que não tem substitutos próximos. No caso brasileiro, a estatização do Brasil sempre ocorreu em escala ampla. Durante o governo de Ernesto Geisel, de 1974 a 1979, o Brasil criou 400 grandes estatais, gigantes mesmo. Atualmente, há 150 delas. Entretanto, no caso do monopólio estatal o lucro nem sempre acontece, devido à estrutura administrativa pesada, da burocracia, dos penduricalhos e do aparelhamento ou apadrinhamento para cargos de chefias.

Até 2010, o capital estrangeiro externo privado só representava 27% da infraestrutura. Devido ao retorno do País ao déficit primário em 2014, depois de 16 anos de superávit primário, o governo federal cortou gastos, principalmente em investimentos em infraestrutura. Mesmo assim, os déficits crescentes e enormes se sucederam até 2018, sendo projetados mais dele para pelo menos os próximos dois anos. Isto é, sete anos de buracos no orçamento da União. Escândalos de corrupção e mais de 50 fases da operação Lava Jato, abateram 29 grandes empreiteiras, que recuaram em inversões, demitiram em massa, fizeram acordos de leniência e ainda não retornaram para a sua melhor atuação.

Dessa forma, o capital estrangeiro aqui avançou nessa área é já responde por 70% dos investimentos.  O capital externo está avançando em segmentos de petróleo e gás, eletricidade, água, transportes e comunicações no País. Os estrangeiros, segundo a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (SOBEET) têm investidos mais em projetos novos, cujo potencial de geração de emprego e renda é maior. Em 2010, o montante do capital nacional registrado em infraestrutura foi de US$142 bilhões. Em 2017 foram investidos US$49,3 bilhões no setor. Dessa maneira, para Cláudio Frischtak, presidente da Consultoria Inter.B, o investimento estrangeiro é muito bem vindo, desde que obedeça as leis nacionais.

Para Jair Bolsonaro, se eleito, haveria mais de 50 privatizações, na expansão de ferrovias, rodovias, aeroportos, principalmente com recursos privados. O candidato já declarou que faria restrições ao capital estatal chinês em infraestrutura. Para o candidato Fernando Haddad, se eleito, ele iria impulsionar o financiamento nacional, com a criação de fundo constituído com reservas internacionais. A sua equipe considera arriscado depender do capital estrangeiro.

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