12/10/2018 - PRINCÍPIO PELO MERCADO




A teoria econômica existe porque tem suas leis, princípios e modelos. As leis são verificações empíricas em longo percurso da história. Os princípios são formas de decisões tomadas pelas famílias, empresas e governos, que são três setores que formam a economia doméstica. Os modelos são a arte econômica, visto que partem dos seus pressupostos. No livro Introdução à Economia, o autor, Mankiw, refere-se a dez princípios, sendo o sexto enumerado: “6. Os mercados são geralmente, uma boa maneira de organizar a atividade econômica”, relativos a “como as pessoas agem”.

Lógico, ganhar a eleição é estar com o mercado, dito de forma ampla e comprovado por eleições de virada dele como foram a de 2002, que elegeu Lula. Lula era contra certos fundamentos de mercado. Porém, fez “Carta aos Brasileiros”, em meados de 2002, prometendo respeitar contratos e o mercado acreditou. E ele cumpriu. Porque se fosse executar o programa do PT, faria, por exemplo, uma auditoria na dívida pública,  para não pagá-la ou reduzi-la, infringindo regras de mercado. Voltando mais um pouco no tempo, em 1987, José Sarney decretou a moratória dos juros da dívida externa e a economia entrou em parafuso, mediante boicote interno, boicote externo, superinflação. Encerrou ele a década de 1980, com a chamada “década perdida”.

Dessa maneira, quem está ganhando nas pesquisas últimas de segundo turno é Jair Bolsonaro, de ideologia chamada de direita, visto que acena com seu provável Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, um conhecido neoliberal. Deslizes ele tem feito, membros da sua equipe, até ofendendo parte do mercado, quando anteontem disse que o Brasil “paga um Plano Marshall por ano” de juros da dívida pública, tendo falado que “Paulo é que vai negociar”. O mercado da bolsa de valores recuou forte queda de 2,8% e o dólar comercial subiu para R$3,76. Sem dúvida ele não deverá continuar nestas derrapadas, senão perderá a eleição. Já o candidato Fernando Haddad, de ideologia chamada de esquerda, tem anunciado medidas econômicas que poderá tomar, que desagradam bastante o mercado. Uma bem forte delas foi dada também anteontem, pelo recente senador eleito, Jacques Vagner, que será membro importante da sua equipe, de que “o mercado se curvará ao governo”. Isto é um tiro no pé.

Enfim, segue o barco. O certo é que quem menos desagradar ao mercado será o presidente. A história capitalista geralmente assim revela.

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