03/10/2018 - PAÍS MAL EDUCADO
País Mal Educado é o título do livro de Daniel Barros,
publicado pela Editora Record, em setembro. A questão que o livro procura
responder é por que se aprende tão pouco nas escolas brasileiras? Inúmeras
pesquisas atestam isso. A mais recente enquete, feita pelo MEC, publicada no
início de setembro, confirmou a “eterna” crise de aprendizagem, conforme dados
do Sistema de Avaliação de Educação Básica (SAEB). No final do ensino
fundamental, quando os adolescentes têm entre 14 ou 15 anos, evidenciou-se que
o desempenho médio em matemática permaneceu estagnado, como medíocre. O aluno
médio no 9º ano do ensino fundamental não sabe somar o preço de dois produtos,
que custam, por exemplo, R$15,60 e R$3,90. Quatro em cada cinco jovens no final
do ensino fundamental não conseguem calcular o desconto de 30% em um produto
que custe R$60,00, conforme o MEC.
O pior retrato é feito pelos alunos do ensino médio. Mais de
40% dos jovens não terminaram o seu nível até os 19 anos. Os 60% estão um pouquinho
melhor do que os que terminaram o ensino fundamental. Tal desempenho se
encontra estagnado há 20 anos. Tomando-se como exemplo a língua pátria o aluno
mediano não consegue reconhecer opiniões divergentes sobre o mesmo tema em
diferentes textos. O MEC estima que cerca de 70% dos alunos do ensino médio não
conseguem entender um texto, de poucas páginas, tampouco compreender um
infográfico simples. Por seu turno, 41,5% dos jovens de 19 anos não completaram
o ensino médio.
Vendo a educação do ensino básico, que é o fundamental com o
ensino médio, 12 anos de frequência as aulas, percebe-se eu o Brasil continua
avançando no primeiro ciclo do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, em 2007 a
nota média era 3,9; em 2017, 5,8. Cumpriu a meta, que era de alcançar 5,5.
Porém, não cumpre a meta, que é de, no mesmo período, passar de 3,5 para 5,0;
passou de 3,5 para 4,7.
Em suma, o teto das notas ainda é baixo demais. O Brasil
precisa destravar referido teto. Entretanto, a pesquisa internacional PISA,
realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
há vinte anos, tem colocado o Brasil nos últimos lugares, cujos pesquisados
foram alunos de 15 anos, em média, em matemática, ciências e língua pátria.
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