23/10/2018 - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS
Classicamente, são funções administrativas: planejar,
organizar, dirigir, controlar. Na história brasileira, não se planejava ex ante,
função precípua da gestão racional, um dos dez princípios da economia, conforme
o livro Introdução à Economia de Mankiw. Os modelos de crescimento da história
nacional são entendidos de forma ex post. O Brasil se iniciou como uma colônia
de exploração, em que a Metrópole tinha o exclusivo comercial. Isto é,
pau-brasil, cana de açúcar, mineração, café, sendo os principais itens de
produção para exportação, enquanto a pecuária era para consumo doméstico. O
modelo econômico do País era chamado de Modelo Primário Exportador. Veio o
Império, a República Velha, estando em ambas o domínio do capital agrário. Ao
tomar o poder em 1930, Getúlio Vargas irá instalar o Modelo da Substituição das
Importações, qual seja o de promover indústrias, que foram reprimidas, de 1500
a 1930. Tal modelo durou até aproximadamente 1990. Mas, o planejamento econômico
no Brasil se iniciou em 1949.
Com o final da segunda guerra mundial o mundo assistia a
distância entre os países pobres e países ricos. Visando desenvolver países se
promoveu o Planejamento Econômico, proposta defendida pela ONU, que para a
América Latina, criou a CEPAL, Comissão Econômica para Planejamento da América
Latina. No Brasil, o primeiro plano econômico foi o Plano SALTE. Depois dele
vieram o Plano de METAS, o PAEG, o PED, o I PND, o II PND, o III PND, o
CRUZADO, o CRUZADO II, o BRESSER, o VERÃO, o COLLOR, o COLLOR II e o Plano
REAL. Foram 15 planos, sendo os sete primeiros planos de desenvolvimento e os
oito seguintes programas de estabilização, devido à necessidade de debelar-se a
hiperinflação.
A principal característica do plano econômico é que ele é
global, nacional, recheado de metas, algo que só houve até 1994. O
ex-presidente Lula foi eleito por dois mandatos e na sua campanha se referia a
editar “um” Plano de METAS, do governo JK. Porém, não conseguiu resgatar o
planejamento e nenhum outro presidente desde 1994.
Assistiu-se na atualidade o debate entre os treze candidatos
à presidência da República. Ausente ficou até a intenção de fazer-se um plano
econômico. Para o segundo turno das eleições ficaram Jair Bolsonaro e Fernando
Haddad. Nas propostas de ambos inexiste a ideia de um plano econômico global.
Por seu turno, a população “nem está aí”. No artigo de segunda página da Folha
de São Paulo, de hoje, Álvaro Costa e Silva, intitulado “Filme Freak”, assim se
inicia: “O mapeamento do Datafolha é espantoso: só 15% dos eleitores de
Fernando Haddad e 12% de Jair Bolsonaro votam pensando nas propostas e nos
planos de governo dos candidatos... Ninguém mais espera ou deseja um projeto
para o País”. Aqui “projeto” é sinônimo de plano. Porém, 12% ou 15% não são
ninguém. Ainda existem, ainda que em minoria, alguns eleitores que acreditam em
plano de desenvolvimento.
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