05/10/2018 - REFORMA TRIBUTÁRIA
Para o novo governo é indispensável a reforma tributária.
Exigências das pessoas físicas e jurídicas. É muito difícil fazê-la, em seu
arcabouço. Basta dizer que a última foi promulgada pela Constituição de 1967. O
Executivo impôs ao Legislativo, em regime autoritário. De lá para cá se buliu
em um ou outro imposto, em suas alíquotas, mas não na malha geral. O imposto
mais eficiente é o imposto de renda. Ele é na fonte. Referir-se à reforma
tributária geralmente o exemplo vem dos Estados Unidos. Não foi sem motivo que
o presidente Donald Trump reduziu os tributos de renda da pessoa jurídica de
cerca de 35% para 25%, tornando-o mais popular ainda, um sopro para a
reeleição. No resto do mundo ele eleva a carga tributária, aplicando sanções e
sendo contra o multilateralismo ou globalização. Defende a América First. Outra
vez, o faz mais popular. Provoca no resto do mundo desconfiança. Para ele, “e
daí?”
No Brasil, os quatro candidatos à presidência mais citados em
pesquisas, Jair Bolsonaro, Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, têm
propostas de uma reforma tributária. No que são bastante claro são no que
concerne ao imposto de renda. Mudanças nas alíquotas e o retorno à tributação
sobre lucros e dividendos estão em todas as proposituras. Jair Bolsonaro propõe
para a pessoa jurídica imposto de renda único de 7,5% a 15%; para a pessoa
física a alíquota uniforme de 20%, sem faixas de tributação. Contempla ainda a
simplificação tributária com um imposto único sobre transações financeiras,
envolvendo até recolhimentos do INSS, além da criação do Imposto sobre Valor
Agregado, que reúne PIS/COFINS, CIDE e IPI. Lucros e dividendos taxar em 20%.
Rever desonerações. Fernando Haddad propõe isentar de imposto de renda de até
cinco salários mínimos. Criar alíquotas mais altas para os mais ricos e
aumentar taxação sobre grandes heranças. A simplificação tributária que antevê
seria a criação do IVA, substituindo o ICMS, ISS, PIS/COFINS. Propõe também
taxar lucros e dividendos e não diz em quanto. Não se refere em acabar com
desonerações, mas reduzir tributos sobre investimento verdes. Ciro Gomes se
refere a propostas semelhantes a Haddad, mas de forma mais fraca em reformismo.
Geraldo Alckmin tem propostas mais próximas de Jair Bolsonaro. Ambos não
decolaram.
Em resumo, Alckmin, que era o queridinho do mercado, cedeu
lugar para Bolsonaro. Provavelmente Ciro, se não for ao segundo turno, colará
em Haddad. Ficam então os dois extremos, de esquerda e de direita. O resultado
se saberá no próximo dia 7, se haverá ou não segundo turno. A maior indicação é
de que haverá.
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