18/10/2018 - SETOR ELÉTRICO EM GUINADA DE 180º
Um segmento de capital intensivo, isto é, que exige grande
capitalização, estratégico, fundamental e que cabe ao Estado regulamentar é o
setor elétrico da economia. O primeiro Plano de Desenvolvimento do Brasil, o Plano
SALTE, sigla de letras iniciais para saúde, alimentação, transportes e energia,
aspiração da era Vargas, para ser iniciativa do Estado, tendo o maior esforço
desenvolvido depois da segunda guerra mundial, quando a Comissão Mista
Brasil/Estados Unidos elegeram 100 projetos para serem financiados pelo
EXIMBANK, banco de exportação e importação americano sendo vários deles na área
elétrica. O SALTE foi pensado desde 1946, aprovado em 1948 pelo Congresso, cujo
início se deu em 1949. Nasceu estatal e hoje tem poucos segmentos privatizados
na área de distribuição. Na área de geração é basicamente do Estado. O governo
Temer tentou estatizar as geradoras, a começar pela Eletrobras.
Perante o debate do
segundo turno da eleição, o candidato Fernando Haddad é contra qualquer
estatização no setor elétrico ou em qualquer outro setor produtivo. Pelo contrário,
pretende criar mais estatais, seguindo os passos de Lula e Dilma que deixaram o
poder com cerca de 150 estatais. Não é para pensar-se que de 2003 a 2018 se teve
o maior período de estatização. Ele ocorreu durante o II PND – Segundo Plano
Nacional e Desenvolvimento, de 1974 a 1979, na era de Ernesto Geisel.
O candidato Jair Bolsonaro tem como ministro-chefe da área
econômica, Paulo Guedes, conhecido ultraliberal, que se referiu na grande
retomada das privatizações. Por alguns meses, Bolsonaro nada disse e foi muito
apoiado pelo mercado. No entanto, como poderá ser um governo recheado de
militares, estes têm grandes contingentes de nacionalistas e estatizantes.
Estes vêm forçando o candidato Bolsonaro a permanecer sem privatizar o sistema
elétrico, na área de geração, além do sistema bancário federal.
O potencial de 90 empresas federais e estaduais, dos
segmentos de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica, incluindo
óleo e gás, além de eletricidade, em todo o País, tem potencialidade de serem
privatizadas. 20 são subsidiárias da Petrobras, que poderiam ser fracionadas, n
Brasil e no exterior. 20 são as que se situam no setor elétrico principalmente
na geração. 16 são da área de distribuição de gás, que atendem aos Estados. 14
são empreendimentos já em operação no setor eólico. 3 são da área de
transportes e gás. 3 são empreendimentos da área nuclear.
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