16/10/2018 - BOLSA EMPRESÁRIO NÃO ELEVOU INVESTIMENTO
O Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES,
criado em junho de 2009 e que durou até dezembro de 2015, após o País ingressar
em leve recessão naquele ano, objetivava sair logo dela e ampliar o
investimento privado. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
está mostrando que o PSI não ampliou o referido investimento. Inspirado em
outros países, para a defesa da economia contra a segunda maior recessão do
capitalismo, desde 1929, o PSI continha longos prazos e taxas de juros
subsidiadas. Porém, justamente porque era farto o dinheiro nem sempre as
melhores oportunidades foram alocadas. Na verdade, a escolha de empresas
campeãs, gigantes econômicos nacionais, chegou até a desperdiçar recursos e se ingressou
no processo de corrupção sistêmica, iniciado no segundo mandato do presidente
Lula, principalmente nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento e na
desidratação da Petrobras. Os processos de apuração estão em curso desde 2014 e
ainda não cessaram, tais como aqueles decorrentes da operação Lava Jato.
Para a equipe do IPEA, que fez o levantamento, foram
cometidos vários erros. O primeiro foi a antecipação dos investimentos pelas
empresas, que exauriu aportes de recursos nos anos seguintes. O segundo
decorreu da má alocação de recursos. O terceiro fato negativo foram os desperdícios
de capital.
O que os autores do trabalho não registraram foi o grande
volume dos recursos colocados no BNDES, que teve origem no maior endividamento
do setor público. O governo federal captou recursos no mercado a taxas, por
exemplo, de 12% ao ano (chegaram até a 14,25%), emprestando a cerca de 6% a 7%.
Logo, a diferença era bancada pelo Tesouro Federal. As pressões de caixa foram
enormes. Tal erro de endividamento se mostrou claramente no segundo mandato da
presidente Dilma, que o suspendeu no final de 2015. Referido programa também
contribuiu para o primeiro déficit primário que ocorreu em 2014, depois de 16
anos de superávit primário.
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