20/11/2017 - DÉFICIT PRIMÁRIO PERSISTE




Em 2014, depois de 16 anos o Brasil retornou ao déficit primário, que é a contabilização de gastos governamentais maiores do que a arrecadação. Os desvarios do governo da ex-presidente Dilma, principalmente em ampliar os gastos públicos mais do que o crescimento do PIB, além de ampliar os subsídios à produção e ao crédito, representou retração na arrecadação. Em seguida a falta de confiança dos empresários em ampliar os seus projetos, chegaram a retração econômica no segundo trimestre daquele ano. Para eles, ficou mais elevada a carga tributária e eles promoveram o reajuste de seus custos através de desemprego e elevação de preços. Por seu turno, os consumidores adiaram suas compras. A economia ingressou em forte recessão. O setor que mais recuou foi a indústria. Entretanto, a geração de empregos industriais formais no País, em 2017, apresentou uma melhora em relação aos dois últimos anos, quando as demissões superaram fortemente as contratações. Assim, a indústria tem sido o primeiro setor a retomar o crescimento e até a superar o ritmo de criação de vagas de 2014.

De janeiro a setembro a indústria registrou saldo positivo de 76.337 vagas. O desempenho é superior a 2014, quando foram gerados líquidos 40.772 empregos. Naquele ano, o PIB ficou em 0,1%. Isto é, estagnado. Em contrapartida o setor terciário, representado pelo segmento do comércio no mesmo período deste ano em referência, apresentou saldo negativo de 87.935 postos formais. Já o segmento de serviços apresentou líquidos 78.190 postos de trabalho até setembro deste ano. A agropecuária tem reagido, criando empregos em bases modestas.

Dessa forma, a contratação na indústria voltou aos patamares do período de pré-crise. Os outros setores, perante a nova reforma trabalhista, estão otimistas na criação de postos de trabalho formais, podendo voltar ao patamar de 2014, quando a taxa de desemprego estava em volta de 6% da PEA.
Nada obstante, a arrecadação continua menor do que os gastos públicos e estão previstos déficits enormes ainda para 2017 e para 2018. Quiçá o superávit primário só retorne na próxima década. Até lá, a relação dívida sobre o PIB chega à faixa de 80%.

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