13/11/2017 - RETOMADA CHEGA À ARRECADAÇÃO
Muito difícil está sendo à saída da maior recessão da
história nacional. Há quem afirme que ela foi uma depressão, isto porque o
baque foi muito grande. O sinal mais evidente disto tem sido a inflação. Esta
declinou aos níveis de 2,5%, em doze meses, o que não é usual na história
econômica brasileira. Por seu turno, o Banco Central (BC) reduziu à metade
praticamente a taxa básica de juros de cerca de um ano atrás, que estava em 14,25%
e hoje está em 7,5% ao ano, além da perspectiva do próprio BC de encerrar o ano
em 7% e repetir os 7% no ano que vem. A teoria econômica explica que, taxas de
juros baixas estimulam a produção e vice-versa. Portanto, tem sido esperada a
recuperação. Pelo Comitê de Datação de Ciclos da FGV a recessão terminou em
2016. Porém, a reação é tão minúscula que não é sentida ainda pela maioria da
população. No Sudeste, Centro Oeste e Sul ela é visível. No Norte e Nordeste
não.
Vem agora o Instituto Fiscal Independente (IFI), órgão do
Senado, reanalisando as receitas do governo. Chegou à conclusão de que a
retomada chegou à arrecadação, separando as receitas recorrentes das não
recorrentes. As recorrentes são daquelas atividades produtivas. As não
recorrentes se deram com a venda de ativos, com refinanciamento de dívidas e de
leilões de parcerias público-privadas. As recorrentes, relativas à cobrança
regular de tributos, cresceram 1,1%, de janeiro a setembro deste ano. As
extraordinárias, por isso mesmo não recorrentes, caíram 14,7%, puxando para
baixo a arrecadação total, que subiu 0,2% no mesmo período. Os dados estão a
preços de mercado e denotam que as taxas estão abaixo da inflação no mesmo
período. Claro, depois de tão severa recessão a arrecadação demora a recuperar-se.
Por seu turno, as receitas tem sido insuficientes para acompanhar os gastos
públicos federais, que, mesmo limitadas pela lei dos gastos pelo teto, as
despesas anuais cresceram muito mais pela alta da inflação do ano passado, em
relação à inflação deste ano, pela elevação dos reajustes salariais e
benefícios previdenciários. Daí, a estimativa de elevadíssimo déficit primário,
aprovado pelo Congresso, de R$159 bilhões.
A explicação do IFI de que houve melhora da arrecadação de
receitas recorrentes se deve pelo aumento das receitas como o IPI e da contribuição
sobre a folha de salários. Isto confirma o que fora afirmado acima de que a retomada
parece que não chegou ainda ao Norte e Nordeste. E, se chegou, ainda não estão
captados os sinais e não se percebem as alterações expressivas de retomada
econômica.
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