09/11/2017 - MITOS DA EDUCAÇÃO




Existe um consenso mundial de que um país se tornou rico porque seu povo se tornou bem educado. Isto é, todos alfabetizados, todos na educação básica e quase todos com educação superior. Quase o pleno emprego e com progresso expressivo das ciências. Portanto melhor nível de bem estar social.
No Brasil, a educação é cheia de mitos. O maior mito da educação nacional é aquele de que a maioria da população nunca chegou a ser bem educada. A primeira forma de ver isto está nas notas das avaliações do Ministério da Educação, e internacionais, como as do Teste PISA, da OCDE, os quais nunca incluíram o Brasil na faixa de aprovação.  Vale dizer, em uma escala de zero a cinco, nunca a maioria dos alunos ultrapassaram cinco. Pode ser que se encontrem ilhas de excelência em território nacional. Porém, todos os governos sempre reconheceram que o maior problema da educação é a geral falta de aprovação. Sem isso o País não possui o grau de plenamente desenvolvido. A segunda forma é através da renda per capita. A renda per capita brasileira está na faixa de US$11 mil. O País está preso na armadilha da renda média, faixa de US$6 mil a US$16 mil. Não consegue sair dela há mais de 50 anos. Abaixo dos US$6 mil estão os pobres. Acima de US$16 mil estão os ricos, conforme a ONU. Por exemplo, os Estados Unidos tem renda superior a US$57 mil. Muitos dos países, em termos de riqueza, estão nessa faixa de US$50 a 60 mil. Os maiores ricos, como a Noruega estão acima de US$75 mil.

Outro mito é que o País investe muito em educação pública, como um todo. Não é muito. Investe 5% do PIB. Países industrializados e com bons sistemas educacionais investem uma média de 6% do PIB. Porém, a proporção de jovens e crianças daqui é de cerca de 1,5 vezes daqueles países. Assim, o País precisaria investir 9% do PIB, para igualar-se a eles, quanto ao esforço dedicado a cada estudante. E, ainda, se quiser superar o atraso educacional, precisaria investir em torno de 10% do PIB anuais por alguns anos, conforme Otaviano Helene, professor da USP e ex-presidente do INEP, em artigo do jornal Folha de São Paulo, do dia 7, passado, p. 3.

Outro mito é o de que o Brasil gasta mais na educação superior do que na educação básica. Segundo a UNESCO, a média dos países gastarem na educação superior é de 20% e o País gasta 17%, segundo ainda a mesma fonte acima citada.
Há três conclusões oportunas. A primeira, a de que tanto na educação básica como na educação superior faltam recursos e melhor qualificação dos professores e dos níveis de ensino, comprovado pelas baixas notas. A segunda, de que na educação básica pública em geral são muito ruins as condições de trabalho e do material humano. Isto pode também ser comprovado pelos altos índices de evasão escalar, principalmente no nível médio de ensino. A terceira, na educação superior, a insuficiência de gastos faz com que haja menor número de vagas no País. Por seu turno, o Brasil é dos países que mais tem o ensino superior privatizado, ainda segundo a mesma fonte.

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