04/11/2017 - POLÍTICA MONETÁRIA NÃO É INCÓGNITA




O domínio imperial se faz com armas e com dinheiro. A submissão às guerras é mais custosa. A dependência ao dinheiro é menos custosa e mais eficaz. Dessa forma, a política monetária possui na taxa de juros o seu maior estratagema. Os juros são de criação milenar. A sua definição é de preço que se paga no presente, para abstenção do consumo, para se consumir no futuro. No sistema econômico eles são os reguladores (ou desreguladores) das atividades econômicas. A lei dos juros é aquela em que se juros são baixos se esquenta a economia. Se forem altos se desaquece a economia. No aquecimento traz a inflação. No desaquecimento traz deflação. Se vier para a inflação negativa se tem recessão ou depressão.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump resolveu retirar do Federal Reserve (banco central americano, também chamado de FED), Janet Yellen, que passou três anos e oito meses na sua direção (03-02-2014 a 02-11-2017). Nas últimas décadas não houve tão pouco tempo para um presidente do FED. A mudança pode vir em surpresa. É bom relembrar que Paul Volcker ficou mais de oito anos. Alan Grespan, doze anos. Bem Bernanke, por volta de oito anos. Volcker (1979-1987) elevou os juros para mais de 20% anuais. O Brasil tinha grande dívida externa a juros flutuantes. Isto implicou na recessão brasileira de nove trimestres, de 1981-1983, de 8,5%. Grespan, 1987-2006, baixou os juros e trouxe a bolha da internet e a crise do subprime. A segunda maior recessão da economia americana, depois de 1929. Ben Bernanke, de 2006 a 2014, tirou a economia da recessão com juros batendo em zero. Janet Yellen, 2014-2017, começou a gradual subida dos juros. O recentemente indicado Jerome Powell poderá dar continuidade à alta gradual de juros, caso o Congresso o aprove.

É bem verdade que o Brasil de hoje tem uma dívida externa de 10% da dívida pública total. No final dos anos de 1970 era de 90%. Porém, uma elevação de juros poderá encarecer as importações brasileiras de máquinas e equipamentos para a continuidade do crescimento econômico. Quanto ao resto é preciso prever-se. Quem sabe o que está por trás da cabeça de Donald Trump? Ou alguém ainda acredita que o banco central é independente?

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