29/09/2017 - SEMANA EM QUE CORRUPÇÃO FOI FOCO MUNDIAL




A corrupção é o principal fator que torna um aparelho produtivo, ineficiente, ineficaz e não competitivo. Na última semana, a corrupção no Brasil foi mais uma vez foco mundial. Isto por que foi divulgado o Índice de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral, mediante análise de 12 indicadores, sendo o Brasil colocado no rol de 137 países em 80º lugar. Em três indicadores o País é o 137º: ambiente de negócios, estrutura tributária e políticos corruptos. Neste último aspecto, pesquisas nacionais geralmente colocam os políticos nacionais também em último lugar entre aqueles brasileiros mais admirados. Desde o descobrimento se tem a referência mais antiga a carta de Pero Vaz de Caminha, desenhando a Nova Terra e pedindo emprego para parente. Entretanto, parece que nunca o assunto esteve em apuração de resultados como de março de 2014, data de início da operação Lava Jato, início da mais forte recessão brasileira da história e do fim do tripé econômico montado desde 1999, qual seja o de sistema de meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Depois de 16 anos voltou o déficit primário, a inflação se acelerou e o câmbio descambou. A aliança política do PT com o PMDB iria se desfeita, primeiro mostrando a imensa corrupção realizada pelos governos do PT, dois anos depois se iniciam as denúncias da grande corrupção do PMDB. Claro, a corrupção se instalou na base aliada. Em março deste ano ocorreu a delação premiada do maior grupo de empresas não financeiras do Brasil, até então, o JBS, dando conta de envolvimento de quase 2.000 políticos. Antes, também fora anunciada a delação do grupo Odebrecht do ano passado e de mais 28 empreiteiras nacionais.

Em caráter preliminar circula levantamento do senador Álvaro Dias (PV-PR), baseado em dados do Ministério da Fazenda, acerca da corrupção do PT. O rombo por ele identificado é de R$226,8 bilhões, distribuído somente em duas estatais. No BNDES foram identificados recursos que devem ser cobertos pelo Tesouro Nacional, de R$184 bilhões, relativos ao aporte de recursos de R$473 bilhões, captados recentemente a 14,25% anuais e emprestados a 6% a 7% ao ano a empresas “campeãs nacionais” e governos ideologicamente identificados, a exemplo, de Cuba, Venezuela, Equador, Angola. Mais R$243 bilhões dos fundos dos trabalhadores, FGTS, FAT, PIS/PASEP. Recursos que contribuíram para concentração de riqueza. Porém, estão faltando ainda somar os desvios de dinheiro da operação Zelotes, de fraudes no sistema elétrico e nas demais obras do PAC, em apuração. Quanto ao PMDB, identificou-se um sistema mais antigo, chamado de “quadrilhão”, que veio à tona depois de delação premiada do ex-senador Sérgio Machado, que conduziu por mais de uma década a Petrobras Distribuidora. Então as investigações atingem o ex-presidente José Sarney (1985-1989). No Senado também está denunciado, dentre outros, o ex-presidente Fernando Collor (1990-1992), o primeiro presidente eleito pelo voto direto, afastado por corrupção. O atual presidente, Michel Temer, já respondeu por um inquérito, de corrupção passiva, sendo absolvido pela Câmara, estando agora em outro inquérito com duas denúncias, de obstrução da justiça e formação de quadrilha. Não é sem motivo que a popularidade de Temer está em 3%, entre aqueles que o consideram de ótimo a bom.  Enfim, é de acreditar-se rigorosamente, nos ensinamentos de Douglas North, prêmio Nobel de Economia, que explica que um país, para ser desenvolvido tem de fortalecer e preservar suas instituições. A Nação aguarda e faz seus movimentos possíveis de melhorias, quanto mais percebe o que está certo e errado. Infelizmente, conforme o próprio MEC, cerca de 60% dos brasileiros não tem instrução adequada.

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