26/10/2017 - DESIGUALDADE VOLTOU A ELEVAR-SE NO BRASIL
A desigualdade entre os cidadãos é medida pelo nível de
renda. Para isto, os economistas calculam o índice de Gini, que pode ser feito
de um ano após o outro, por faixas de renda, além de obter-se um índice de Gini
médio. No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), desde
1967, realiza estudos que subsidiam as políticas públicas e tem demonstrado o acerto
que são políticas sociais que reduzem o índice de Gini. Gini varia de zero a
um. Teoricamente, zero seria igualdade. Quando atingir um, é completa
desigualdade. Assim, em cerca de duas décadas, após o Plano Real, as políticas
sociais levaram a uma redução do citado indicador, da casa de 0,6 para a de
0,4. Porém, agora, após a recessão, ele voltou a crescer.
No site Brasil Debate, o professor Fabrício Pitombo Leite, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, escreveu o artigo de que
“Desigualdade aumentou no Brasil pós austeridade”. A austeridade a que ele se
refere é o ajuste fiscal que Dilma realizou em 2015, tendo Lula e o PT
recentemente criticado, de que foi um erro voltar à ortodoxia, porque teve que
cortar gastos sociais, reconcentrando renda dos brasileiros. As estatísticas
que o autor manejou são aquelas da série do IBGE, da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).
“A observação da série completa para os dados da PNADC (1º
trimestre de 2012 ao 2º trimestre de 2017), apresentando o índice de Gini
calculado e na sua média móvel para o acumulado em 4 trimestres não deixa
dúvidas: encerrando uma tendência de queda, a partir do 3º trimestre de 2015 é
possível notar uma elevação ininterrupta da desigualdade, sempre na comparação
com iguais períodos do ano anterior para evitarmos efeitos sazonais... Essa
elevação de desigualdade assume a forma mais radical possível, a partir de
2017, com a elevação da renda dos mais ricos concomitante à redução da renda
dos mais pobres”, nas palavras de Pitombo.
Em síntese, voltou-se ao que Paulo VI se referiu que no
Brasil “os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres”, períodos anteriores
a 1994. Rompeu-se com o ciclo virtuoso que o Financial Times se referiu de que
no Brasil “os ricos ficam mais ricos e os pobres menos pobres”, o que se deu
após a estabilização do Plano Real (1994), levada a efeito pelos governos de
FHC e de Lula. O que se perdeu com Dilma e prossegue com Temer foi a redução
das desigualdades nos níveis de renda.
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