16/10/2017 - INFLAÇÃO É TERMÔMETRO DA ECONOMIA




Na economia mundial os países ricos têm baixa ou até mesmo, embora rara, inflação negativa. Os estudos revelam que a inflação pequena, na casa de zero a dois, pode ser benéfica, porque evita o entesouramento das famílias, colocando o dinheiro para circular, ao depositar no banco e não deixar retido em casa. Os países emergentes, dentre os quais hoje se encontra o Brasil, possuem inflação na casa de um dígito (de zero a 9,9). Os países pobres possuem inflação de dois dígitos em diante.

Antes de 1994, a inflação brasileira era cavalar. Vale dizer, geralmente de dois dígitos. Isto se verificava desde os anos de 1950. Em 1964, chegou a 92%, principal causa do golpe militar. Depois, foi contida em 20% por muitos anos. Porém, após o choque do petróleo de 1973, começou sua escalada até o final de dois dígitos. Após o segundo choque do petróleo, em 1979, ultrapassou os 100%. Selou o fim da ditadura militar. O País procurou fazer planos de estabilização (Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor, Collor II). Naqueles tinha êxito inicial de derrubar a inflação para um dígito. Mas, logo a inflação voltava mais forte, em busca de três dígitos. Em 1993, anualizada, bateu em 2.500%. Coube ao Plano Real (01-07-1994) estabilizar monetariamente o País. A inflação veio para a casa de um dígito na maioria destes 23 anos. Depois da volta à ortodoxia da economia, a inflação caiu muito desde 2016. Hoje está em seus menores números. Anualizada está em 2,5%. O boletim Focus, documento semanal do Banco Central, que ausculta cerca de 100 analistas financeiros, acredita que terminará este ano por volta de 3% e, em 2018, em torno de 4%. Sem dúvida, a inflação baixa conduz à volta do crescimento econômico. Ainda que baixo crescimento, visto que faltam realizar as reformas econômicas. Um aspecto bem destoante da inflação brasileira é que a inflação para idosos está em 3,53%, nos 12 últimos meses, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade, calculado pela Fundação Getúlio Vargas. Os idosos, em geral, gastam bem mais com cuidados médicos, medicamentos e cuidados especiais, geralmente, mais caros.

Um comparativo com a economia dos Estados Unidos, em maior crescimento do que o Brasil, a inflação de lá, em 12 meses, está em 1,3% e a meta anual do Federal Reserve é de 2% para este ano. A meta brasileira, atribuída pelo Conselho Monetário Nacional e executada pelo Banco Central é de 4,5%, perante viés de 1,5%, para mais ou para menos. Atualmente, está a inflação brasileira abaixo da meta com viés para menos e o presidente do Banco Central terá que ir explicar-se no Congresso Nacional.

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